
O sistema de governo que melhor funciona é a teocracia. Ali, Deus decide e todo mundo obedece. Ele é Deus, poderia nos governar tranquilamente, se fôssemos obedientes e atenciosos com os preceitos e caminhos que a Bíblia ensina. O segundo melhor sistema de governo é a democracia, quando ela é bem regulada. E num Brasil que muito capenga no sistema democrático, ainda temos um grau respeitável de liberdade de expressão e acesso à informação.
A discussão, o debate, quando não levado para o campo pessoal, atiça a comunidade a participar ainda mais do campo político, social, cultural e econômico, fazendo com que todos falem, e quando necessário, gritem. A democracia vai muito além de um voto a cada dois anos, e de ficar ouvindo candidatos com pesada maquiagem eleitoral. É acompanhar o dia a dia da cidade, do estado e do país onde as coisas acontecem, nas repartições públicas. A imprensa é um facilitador desse acompanhamento.
Por isso, quando um jornalista discute, exige, cobra de um candidato ou político em exercício de mandato e obtém uma resposta, por mais mal-educada ou incompleta que seja, ocorre a liberdade de expressão entre as partes. Com toda certeza, existem colegas jornalistas enviesados, mal intencionados, partidários e exageradamente ideológicos. Mas eles são minoria. Portanto, é momento de pedir respeito ao jornalismo, sobretudo o feito aqui em Chapecó, que é uma das melhores escolas de imprensa regional do Brasil.
Quem está nesta profissão precisa estar preparado emocionalmente, sempre, para lidar com os interesses e a tensão que envolve todas as áreas da sociedade, diariamente. E pessoalmente, me consideraria miserável se criasse um apego excessivo pela minha profissão, status ou benesses. É uma postura de abnegação doída e irremediável, mas necessária para minha sobrevivência, com base nos princípios que defendo e busco.
E é por isso que, apesar dos percalços do dia a dia, tenho certeza de que o jornalismo precisa questionar o que pode, e até o que não pode. O respeito nem sempre estará presente nos entrevistados, mas o compromisso com a verdade, esse sim, enquanto houver liberdade de expressão nesse país, sempre estará presente na imprensa responsável e comprometida com a comunidade.
- João Rodrigues (PSD) me considera como amigo e bom profissional. E agradeço por isso. Mas a atitude dele durante a sabatina de hoje (18) na Condá FM prejudica nosso trabalho, e ele sabe disso.
- Agradeço a exemplar retratação do candidato à forma como respondeu meu questionamento sobre a proposta de uma nova reforma administrativa, caso seja reeleito, baseada na paralisação parcial do magistério municipal ocorrida em 2023.
- Entretanto, me reservo o direito de ponderar que não é ético que qualquer pessoa se aproveite do trabalho alheio para obter vantagem. Nesse caso, votos.
- Não é porque essa é uma atitude corriqueira de diversos políticos que acaba por se tornar correta. Dito isso, como João falou na sabatina, eu não tenho posicionamento político em meu exercício profissional. O que tenho é um posicionamento editorial.