No domingo (15), a meu ver, José Luiz Datena (PSDB) jogou no lixo a brilhante carreira dele nas comunicações. A cadeirada que ele deu em Pablo Marçal (PRTB) é digna de cassação da candidatura. E se fosse Marçal que tivesse feito algo parecido, diria a mesma coisa. É inaceitável. São Paulo é uma das 10 maiores cidades do mundo, e decisiva para as eleições gerais, pois possui pouco mais de 5% do eleitorado nacional.
Com essa grandeza, com uma prefeitura que possui um orçamento de quase R$ 120 bilhões, maior do que o orçamento do Estado de Minas Gerais, esse nível de debate é o atestado de demência dos brasileiros, generalizando. Precisamos fazer um mea culpa que drible nossa arrogância, e reconhecer a precariedade da situação política do país.
E isso se torna ainda mais grave quando pensamos que a eleição municipal de São Paulo se torna decisiva para as pretensões de muitos políticos para a disputa presidencial de 2026. Uma eventual eleição de Marçal coloca os bolsonaristas, mesmo que divididos em torno da candidatura do empresário, em melhores condições para disputar o Palácio do Planalto. Tarcísio de Freitas (Republicanos) já afirmou que a intenção dele é disputar a reeleição ao Governo do Estado de São Paulo. Já Marçal quer Bolsonaro na presidência.
Uma eventual eleição de Guilherme Boulos (PSOL) como prefeito da capital paulista aumenta as chances de Lula tentar, mesmo em idade avançada, a reeleição; e com um fator decisivo em 2022: o poder de outros nomes fortes da esquerda que compõem a coligação. No caso, Geraldo Alckmin que virou o voto de muita gente no Estado de São Paulo, ainda no primeiro turno.
Nova previsão Polling Data para São Paulo
Também no domingo, o instituto Polling Data atualizou a previsão de votos para a eleição municipal em São Paulo. Para a empresa, o segundo turno seria entre Pablo Marçal e Guilherme Boulos, com a diferença do candidato da esquerda para Ricardo Nunes (MDB) crescendo levemente em comparação à última previsão, feita no dia 5.
Conforme a Polling Data, e considerando apenas os votos válidos, Pablo Marçal teria em 6 de outubro 29,6% das preferências. Guilherme Boulos teria 27,6% dos votos, e Ricardo Nunes chegaria a 25,8%, ficando fora do segundo turno. Tabata Amaral (PSB) chegaria a 8,6% das preferências, e em quinto lugar, o homem da cadeirada, José Luiz Datena, com apenas 7,1% dos votos. Maria Helena (NOVO) teria 3,3% das preferências, e os quatro candidatos restantes somam 1,6%.
Recadinhos
- Dadá Westphal (NOVO) assustou muitos ouvintes durante a sabatina de hoje (17) na Condá FM. Provocador, firme, combativo. A postura do candidato foi positiva, mas ainda deixa muitas dúvidas.
- Os trabalhadores da educação municipal que acompanharam a sabatina foram os que mais ficaram preocupados com as propostas apresentadas para melhorar o ensino público.
- Dentro da filosofia liberal do NOVO, muitas das propostas encontram barreiras constitucionais. O desafio de Dadá é convencer o eleitor que, entre o possível de ser cumprido do plano de governo, o proposto pelo candidato é o melhor para Chapecó.
- Adriano Silva conseguiu isso em Joinville, e conforme a Polling Data, chega a previsão de vencer em primeiro turno a reeleição com 71% dos votos válidos.