Neste mês (setembro), os consumidores brasileiros enfrentarão um aumento na conta de luz com a ativação da bandeira vermelha patamar 2. A decisão, anunciada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), implica em um custo extra de R$ 7,87 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Entenda os motivos e as consequências dessa medida.
A bandeira vermelha patamar 2 representa o maior nível de cobrança adicional na conta de luz. O acréscimo de R$ 7,87 a cada 100 kWh é uma resposta à necessidade de acionamento de usinas termelétricas, que têm custos de operação mais elevados do que as hidrelétricas. Esse aumento é diretamente repassado ao consumidor final.
Chuvas abaixo da média: o principal motivo
A ANEEL justificou a alta pela previsão de chuvas abaixo da média no próximo mês. A redução na quantidade de chuva afeta diretamente os reservatórios das hidrelétricas, o qual são a principal fonte de energia no Brasil.
A previsão é que a afluência nos reservatórios seja cerca de 50% abaixo do esperado, o que reduz a capacidade de geração de energia hidrelétrica.
Impacto nos reservatórios e no sistema elétrico
Com a redução da afluência nos reservatórios, o país enfrenta um cenário de escassez hídrica, o que força o uso mais intensivo de usinas termelétricas. Essas usinas, por utilizarem combustíveis fósseis como gás natural, carvão ou óleo diesel, têm um custo de operação muito superior ao das hidrelétricas, impactando diretamente o valor da energia elétrica.
Histórico de bandeiras tarifárias
A última vez que a bandeira vermelha patamar 2 foi acionada foi em agosto de 2021. Desde abril de 2022, o Brasil vivia uma sequência de bandeiras verdes, com exceção de julho de 2024, quando foi acionada a bandeira amarela. A bandeira verde voltou a ser acionada em agosto de 2024, mas agora, devido às condições climáticas desfavoráveis, a bandeira vermelha patamar 2 retorna, sinalizando um período de maior custo para os consumidores.
O sistema de bandeiras e seu objetivo
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado para sinalizar ao consumidor o custo real da geração de energia em determinado momento. Quando o custo de geração aumenta, como a necessidade de acionamento das termelétricas, a bandeira muda, alertando os consumidores sobre a necessidade de economizar energia. Antes da implementação das bandeiras, esses custos eram repassados apenas nos reajustes anuais das tarifas, o que não permitia ao consumidor ajustar seu consumo em tempo real para evitar custos mais altos.
Em resumo, a ativação da bandeira vermelha patamar 2 em setembro serve como um alerta para os consumidores sobre o aumento dos custos de energia e a importância de economizar eletricidade para mitigar o impacto na conta de luz.