A 1ª Tenente Fernanda Corrêa Reck, que atua no Batalhão de Itajaí, é a primeira oficial bombeira militar, do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), habilitada como piloto de avião multimotor. Ela realizou curso inicial de piloto privado (PP) particular e para pilotar o avião Carajá, que é multimotor, ela participou de mais uma qualificação sob instrução dos capitães Fábio Fraga e Álvaro Luiz Bilher Júnior, ambos do BOA.
Por ser uma Unidade Aérea Pública (UAP) operada por aviões multimotores, foi necessário cumprir as exigências do Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) número 61, cuja ementa é: “licenças, habilitações e certificados para pilotos”, para conceder a habilitação de avião multimotor terrestre.
“Hoje estou nessa posição de ser a 1ª mulher a pilotar um avião de uma UAP militar de Santa Catarina, que é uma área tipicamente masculina, porque há muitos anos outras mulheres foram abrindo os caminhos e conquistando espaços para que chegássemos até aqui. Então hoje essa porta está aberta e eu espero incentivar outras mulheres que querem seguir o caminho da aviação, que tenham foco e dedicação para alcançar esse objetivo, pois o caminho pode não ser fácil, mas é gratificante”, exalta a tenente.
Após o cumprimento dos treinamentos regulamentares previstos, a tenente Reck concluiu a fase inicial para os voos das aeronaves Asa Fixa.
“Eu desejo evoluir e me aperfeiçoar nos estudos para continuar contribuindo na atividade e nas escalas do BOA”, destaca.
Sobre a Tenente Reck
Há 10 anos no CBMSC a tenente Reck sabia que a atividade com as aeronaves era algo complexo, porém foi estimulada a se aproximar cada vez mais. E em abril de 2022 iniciou o processo de formação. “Por estar um pouco mais próxima da atividade, fiquei curiosa sobre os aspectos que envolvem a aviação. Após comentar com alguns amigos, fui motivada por eles e por alguns familiares a procurar um voo experimental, acabei saindo de lá matriculada no curso”, conta.
“Com o apoio dos meus comandantes iniciei o voo prático de multimotor no BOA no dia 14 de agosto de 2023, de modo a encerrar o estágio alfa, seguindo o programa de treinamento interno do batalhão. A minha dificuldade principal foi conciliar as idas para Florianópolis, para fazer as horas de voo, com o trabalho e a rotina em outra cidade que não podem parar”, complementa. “Já em relação à aeronave, foi a adaptação à aeronave multimotor, que requer mais ações e mais precisão do que o monomotor da escola em que me formei”, explica.
Sobre o trabalho nos aviões
Embora o BOA tenha iniciado as atividades em 2010, com a utilização de helicópteros, somente em 2014 é que as operações com os aviões foram iniciadas, com o uso de uma aeronave monomotor, Cessna, modelo 210N. No ano de 2016, foi incorporado mais um Cessna, modelo 206H, nas operações.
Em parceria com o SAMU, a Secretaria de Estado da Saúde e com a SC Transplantes, são realizados transportes aeromédicos, de órgãos, vacinas, equipes de apoio, entre outras demandas.