
O secretário de Estado da Segurança Pública de Santa Catarina, Paulo Cezar Ramos de Oliveira, se reuniu na tarde desta terça-feira (18), com as forças estaduais de Segurança em Chapecó, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal. A reunião ocorreu na sede do Comando Regional da Polícia Militar de Fronteira e teve como objetivo reunir ações para garantir a tranquilidade na aldeia indígena Kondá.
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Localizada no município de Chapecó, a aldeia vive conflito interno desde o último domingo (16), quando houve atos de violência entre os indígenas que resultaram em uma morte, feridos, veículos e casas incendiadas.
O secretário da Segurança Pública de SC está em Chapecó na missão dada pelo governador Jorginho Mello para a retomada da tranquilidade na comunidade indígena. “Estamos atendendo determinação do governador Jorginho Mello preocupado com a violência e o grave distúrbio que ocorreu na aldeia Condá e nos reunimos com as forças de segurança de SC, o procurador da República e a Polícia Federal. Pretendemos o mais rápido possível encontrar soluções para que a aldeia volte à tranquilidade”, afirmou o secretário da Segurança Pública.
Uma das ações do Governo do Estado é o encaminhamento de reforço de policiais militares de Florianópolis para a aldeia e arredores, que deverão chegar a Chapecó ainda nesta terça-feira. Esses policiais se juntarão aos policiais militares locais na segurança da comunidade.
Presente na reunião, o procurador do Ministério Público Federal Antônio Augusto Diniz agradeceu a vinda do secretário de Segurança Pública a Chapecó e defendeu os trabalhos em conjunto com o Estado e as forças de segurança estaduais e órgãos federais. “A atuação conjunta irá acelerar a retomada da paz social na aldeia Condá”, assinalou o representante do MPF durante a reunião.
Outra medida trazida pelo secretário da Segurança e tratada no encontro foi a possibilidade de o Estado buscar junto à Justiça eleitoral o necessário auxílio para a realização do processo eleitoral na comunidade indígena, cuja disputa política entre os indígenas teria motivado os atos de violência internos. Ao final, ficou definida a permanência do policiamento na região da aldeia até a retomada da tranquilidade, em trabalhos conjuntos entre as forças estaduais, o MPF, a PF e com participação da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas). O comandante do 4o Comando Regional de Polícia Militar de Fronteira, coronel Jorge Luiz Haack, também participou da reunião.

Estado atua desde domingo na Aldeia
Desde domingo (16), quando ocorreram as ocorrências policiais, as forças de Segurança de Santa Catarina atuam com ações na aldeia indígena Kondá. Tão logo foram acionadas, a Polícia Militar, a Polícia Civil, a Polícia Científica e o Corpo de Bombeiros realizaram trabalhos no local. Desde então, não ocorreram novos conflitos e cerca de 300 indígenas estão provisoriamente em um ginásio em Chapecó por questões de segurança.
A PM, com o apoio de policiais militares de municípios da região Oeste de Santa Catarina, mantém policiamento preventivo desde domingo no local e arredores da comunidade.
Prefeitura auxilia na mediação de conflito para que indígenas possam voltar para suas casas
A pedido da Funai, a prefeitura de Chapecó cedeu o ginásio Ivo Silveira e auxilia com colchões, roupas e alimentação, com as equipes da Secretaria de Família e Proteção Social, Defesa Civil, apoio de entidades como Cruz Vermelha, além de doações da comunidade. A Guarda Municipal também colabora com a Polícia Federal e Polícia Civil na segurança da Aldeia e do ginásio.
Nesta terça-feira a Secretaria de Saúde do Município instalou consultórios improvisados no ginásio, com oito profissionais para atender sintomas de dor de cabeça, hipertensos, diabéticos e outras demandas.
Também foram realizadas reuniões, primeiro na Prefeitura e depois no ginásio, com a presença do prefeito João Rodrigues, do Procurador do Ministério Público Federal, Antônio Augusto Teixeira Diniz, do coordenador regional da Funai, Adroaldo Antonio Fidelis, da secretária da Família e Proteção Social, Ariete Lauxen, do presidente da Fundação Cultural, Fellipe de Quadros, e do coordenador municipal da Defesa Civil, Valter Luciano Hüning, além das lideranças Kaingang.
Na segunda reunião também estiveram o comandante da 4ª Região da Polícia Militar, Jorge Luiz Haack, e o comandante do 2º BPM, major Rafael Antônio da Silva.
De acordo com o prefeito João Rodrigues, o objetivo foi conversar com as lideranças da Aldeia, tanto da situação quanto da oposição, para pacificar a comunidade. Cerca de 300 índios estão abrigados no ginásio, que é um local provisório.
Na reunião o Ministério Público Federal destacou que haverá segurança presente na Aldeia para que as famílias possam voltar para suas casas. O Procurador também ressaltou que os envolvidos no homicídio e outros atentados contra a vida, além dos incêndios, serão responsabilizados criminalmente. Além disso será realizado um plebiscito para escolha das lideranças da comunidade, até o dia 20 de agosto.
Um levantamento será realizado no ginásio e na Aldeia, para verificar se pessoas de outras aldeias não estão vindo para Chapecó. De acordo com o prefeito, quem não for de Chapecó será encaminhado de volta para sua origem. Gradativamente os indígenas devem voltar para a aldeia, inicialmente pelos que não estiveram envolvidos no conflito.
