Durante a pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), o desafio de ampliar os leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) é uma situação enfrentada em unidades hospitalares de todo o Brasil. Em Chapecó, conforme avaliação da Secretária da Saúde, Maristela Bisognin Santi Rocha – em entrevista ao ClicRDC na manhã de quarta-feira (29) -, as maiores dificuldades para a ativação de novos leitos de UTI estão na falta de medicamentos e profissionais.
Maristela explica que, para um leito em uma unidade de rede pública ser considerado habilitado, a primeira etapa é a montagem: estrutura física, equipamentos, toda a parte de materiais e profissionais. Depois, segundo a secretária, iniciam os trâmites burocráticos – que envolvem a deliberação do Conselho Municipal da Saúde, da Comissão Regional de Saúde (CIR) – que é comandada pelo Governo Estadual – e do Ministério da Saúde. Na rede privada, o processo é diferente, já que as unidades hospitalares são autônomas para realizar a ativação dos leitos.
Após passar pelas duas etapas, o Ministério da Saúde emite a portaria de habilitação para os leitos públicos – documento que marca o início da emissão dos recursos financeiros, que irão manter as Unidades em funcionamento.
“Para que ele [o leito] seja considerado apto, ele tem que ter essa estrutura toda que já foi falado, e principalmente de profissionais e medicamentos. Então, neste momento, há a dificuldade no kit de medicamentos de UTI – que não é um problema só de Chapecó, é um problema do Estado e do Brasil.”, afirmou a secretária, ao ClicRDC.
Os kits de medicamentos para UTI são insumos necessários para a intubação dos pacientes. No sábado (19), o Governo Federal entregou kits para o Estado de Santa Catarina após adquiri-los no Uruguai. O estoque entregue, porém, segundo previsão do Governo Estadual, supre a necessidade dos hospitais pelo período de dez a quinze dias.
Leitos em Chapecó
A Administração Municipal divulgou, na segunda-feira (27), em coletiva de imprensa, que haviam 41 leitos instalados entre a rede pública e privada do município – 31 leitos no Hospital Regional do Oeste (HRO) e 10 leitos na Unimed. Na terça-feira, porém, outros dois leitos foram habilitados na Unimed, o que elevou o número para 43. Há, ainda, 18 leitos disponíveis para ativação – 10 no HRO e 8 na Unimed.
Segundo Maristela, o Hospital Regional do Oeste encaminhou à Prefeitura de Chapecó mais dez leitos para habilitação. Os leitos foram entregues pelo Governo do Estado na terça-feira (28). Ela informou que esses respiradores ficarão em Chapecó e, após o processo de habilitação, estarão aptos para atender pacientes da rede pública de saúde.
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Confira um trecho da entrevista: