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Jornal Escolar O Girafinha

Leia a coluna de Vitor Marcelo Vieira na Quinta da Opinião


Hoje gostaria de compartilhar com você leitor e leitora um recorte do artigo Jornal Escolar O Girafinha Como Vestígio de Culturas de Escola e de Memórias (Maravilha/SC – Décadas de 1970-1980) escrito por este autor e pela historiadora Cristiani Bereta da Silva do PPGH UDESC de Florianópolis. Este artigo foi publicado recentemente na Revista História da Educação – RHE da Associação Sul-Rio-Grandense de Pesquisadores em História da Educação – ASPHE.

A parte que recortei para hoje fala sobre dados da produção de um jornal escolar que tinha o nome de Girafinha, de uma escola aqui no oeste de Santa Catarina a partir da década de 1970. Então vamos ao texto extraído do artigo:
Nas décadas de 1930 e 1940 as instruções do Departamento de Educação era de que os jornais fossem uma produção dos estudantes, sob orientação dos docentes. Isso incluía a escolha dos nomes. Assim, era comum que houvesse uma eleição do nome para o jornal entre os estudantes e professores da escola. Tais informações foram encontradas tanto em atas de fundação de diferentes jornais, quanto também nos primeiros números de alguns deles.

No caso d’ O Girafinha não foram encontrados nele ou em outros documentos da escola vestígios de como o nome foi escolhido ou mesmo a dinâmica de sua produção. Em relação aos títulos dos jornais cabe dizer que, num universo de 980 títulos, os de apelo cívicos são a maioria, apresentando variações de Meu Brasil, A Pátria, O Dever, O Progresso, O Estado, A República. Seguido de variações de criança e escola, como O Estudante, A Infância, A Juventude, O Escolar.

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Mas, especialmente em escolas primárias, são comuns títulos alusivos à fauna e a flora, brasileiros ou não, vide exemplos como O Elefante e O Girafinha. Claro está que um nome de animal, e ainda no diminutivo, é uma referência a ludicidade do universo infantil retomada pela escola Nossa Senhora da Salete. Na biblioteca desta instituição encontram-se 13 exemplares do jornal. Por meio deles sabe-se que foi criado em abril de 1975, com publicação regular em 1975 e 1976.

A partir daí sua periodicidade é incerta, pois entre 1977 e novembro de 1985 e depois até 1988, nenhum exemplar foi localizado. No entanto também não há como saber se sua publicação foi totalmente interrompida durante essas lacunas ou se há exemplares publicados, mas extraviados com o tempo. Nos números localizados após “as pausas”, não há menção objetiva quanto a interrupção de sua publicação.

Os dois exemplares de 1988 constam como sendo do “Ano 10” sugerindo continuidade. Além disso, em 2011, na notícia de seu relançamento, cujo excerto abre este artigo, inclusive, informa-se que o “jornal existiu por 13 anos”. Todos os exemplares localizados são datilografados em folhas de tamanho A4. Algumas partes, contudo, tem intervenções manuscritas e desenhadas, como, por exemplo, em capas ou seções em que há sinalizações artísticas como desenhos, balões com diálogos ou histórias em quadrinhos.

O número de páginas variou entre 9 e 20, havendo conteúdos apenas na frente da folha, o verso é em branco. Sua reprodução, contudo, era feita por meio de mimeógrafo, recurso para obtenção de cópias mais comum nas escolas do período. Era monocromático, mas a capa da edição especial da Semana da Criança, de 1975, teve os desenhos coloridos com lápis de cor, provavelmente feito pelas crianças da 1ª a 4ª série, posto que outros desenhos eram atribuídos a elas.

Na minha próxima coluna continuarei com outros recortes do artigo, que traz como pano de fundo o processo de colonização da região de Maravilha (SC). Um abraço e até a próxima.

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