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Eleições 2022 e o espírito público de Chapecó

Leia a coluna de Vitor Marcelo Vieira na Quinta da Opinião

Por quê ajustar os holofotes para as Eleições de 2022? Porque mais uma vez me proponho a escrever sobre esse fenômeno? Para começar esse artigo e responder, tomo emprestado o que disse René Rémond, historiador francês ao escrever sobre a importância das eleições: “o papel da primazia da opinião pública de fazer depender de sua expressão, restrita ou geral, por intermédio da eleição, a atribuição do poder”.

Nessa passagem podemos interpretar que a eleição é o fenômeno por excelência que permite e estende a participação do público nas decisões do poder. Sendo assim, vamos a um exemplo prático tomando como ponto de partida a visão a partir de onde pisamos.

Observar as ações sociais e a opinião das pessoas que se reúnem todos os dias nas ruas de Chapecó, no café, no barzinho, na praça, é tão necessário como respirar. Isso porque virá o momento que o resultado de suas conversas e ações desembocará no resultado da eleição.

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Dessa forma, as eleições servem como revelador do espírito público do local, pois é possível assim descortinar as tendências e as forças encontradas no âmago da sociedade tendo como vetores os diálogos e as ações sociais travadas entre as pessoas no dia a dia.

É importante também, porque permite uma reflexão sobre os grupos com tendencias diversas vivendo sob as mesmas regras e leis em sociedade. Vale lembrar que democracia não se faz somente com a relação entre as instituições e sim também no agenciamento dos indivíduos, nas suas ações nas ruas, na calçada, no café, nas praças de Chapecó e no trabalho.

E falo de nossa cidade porque é aqui que vivemos e estamos em contato com o que as pessoas pensam, pois torna-se necessário sempre analisar a partir do contexto (tempo e espaço) no qual estamos inseridos.

E porque me interesso por escrever sobre política? Ora, para tomar conhecimento das consequências que resultam do equilíbrio das forças na balança do poder, além do funcionamento das instituições e as relações entre oposição e maioria.

Isso tudo é muito atrativo de ser analisado. O fenômeno eleitoral materializa nas urnas o espírito público. É uma ótima oportunidade para conhecer as forças e ideias que transitam nos locais onde vivemos.

Para nós, chapecoenses torna-se necessário se relacionar com as pessoas nas ruas, em casa, no bairro, no trabalho, ouvir rádio local, pois esses são os meios que mostram as características da cidade.

Uma vez um professor me disse que quando quisermos conhecer a cara de uma cidade, basta ligar na rádio AM local. Sempre faço isso. Quando estou em uma cidade ligo na rádio AM. Se não tiver, ligo naquelas que seguem com características de AM que migraram para o FM.

Por isso, desde que estou em Chapecó ouço a Rádio Condá FM, desde os tempos do AM é claro. Um exemplo de programa para se conhecer as características da cidade e do estado é o programa diário Sala de Debates.

A cada 15 dias eu participo juntamente com um grupo de colaboradores para debater temas relacionados a cidade, nosso estado e nosso país. Dessa forma, expressamos em nossos escritos e debates na rádio, aquilo que colhemos dessas relações, ou seja, a opinião pública, do senso comum, este que é uma forma de conhecimento baseado na experiencia e o ponto de partida para a ciência.

Aliás, uma das tarefas que estou me preparando é de me aproximar cada vez mais das pessoas nas ruas, ouvir o que dizem, ouvir os sons da cidade. Isso sim define o espírito público. As eleições, nesse sentido, são um termômetro por excelência dos movimentos de opinião do bairro, da cidade e do interior.

E para conhecermos a cidade e as pessoas que moram nela, precisamos voltar os olhos e os ouvidos para o fenômeno eleitoral, sobretudo para o processo como um todo, ou seja, o antes, durante e depois, nos bairros, na comunidade, no município.

Analisar as eleições locais é usufruir de um manancial de informações sobre os movimentos de opinião. Porque será que é importante colher as opiniões do local onde se vive? Ora, o fenômeno eleitoral é complexo.

Não se pode, por exemplo, chegar a uma causa única que o explique, pois depende de várias questões, entre elas, religiosas e culturais, espaço geográfico e desenvolvimento econômico. É como diz Rémond, “As mesmas causas geram, segundo as regiões, efeitos contrários”. Então vamos analisando o espírito público de Chapecó, no antes, durante e após o fenômeno eleitoral. Até a próxima.

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