Ao longo dos próximos meses a previsão indica que, apesar de o oceano Pacífico apresentar resfriamento, ele não será suficiente para a configuração de um evento de La Niña. Desta forma, continuaremos em neutralidade climática e o próximo trimestre deve apresentar um padrão de chuvas e temperaturas dentro do esperado para a época do ano.
Destaca-se que, com o início do verão, os meses de janeiro, fevereiro e março costumam ser marcados por chuvas irregulares, associadas aos “temporais de verão”, que se formam nos períodos da tarde e noite e são potencializados pela disponibilidade de calor e umidade. Além disso, no litoral catarinense, o trimestre janeiro, fevereiro e março marca o período mais chuvoso do ano, devido à frequente atuação da circulação marítima.
Para janeiro de 2025 é esperado chuva próximo à média, mas destaca-se as regiões litorâneas, onde poderá acumular valores acima do normal. Vale ressaltar que janeiro já são observados valores médios entre 150 e 300mm de precipitação, marcando um período de chuvas significativas.
Fevereiro também marca um mês com precipitação elevada, entre 150 e 250mm, ficando dentro do normal para o período. No mês de março diminuem os volumes de precipitação, sobretudo nas áreas centrais, os valores médios registram entre 100 e 200mm.
Em relação às temperaturas, o verão é a época mais quente do ano. Neste início de 2025 é esperado que as temperaturas apresentem um comportamento próximo da média, com possibilidade de dias consecutivos de calor intenso.
Por fim, destaca-se que, apesar de se esperar um verão dentro da normalidade, isso não exclui a possibilidade de ocorrerem eventos extremos de precipitação e/ou ondas de calor que possam gerar transtornos à população.
HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS
De acordo com o Perfil Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (PPDC-SC), que abrange 29 anos de dados (1995-2019), foram registradas 5540 ocorrências de desastres.
Grande parte das ocorrências ficam concentradas nos meses mais quentes do ano, entre setembro e março (Figura 2). O verão é marcado pelo aumento de ocorrências associadas, principalmente, a temporais causados pela disponibilidade de calor e umidade, resultando em chuvas intensas com alagamentos e enxurradas. No litoral, eventos de chuvas recorrentes e por vezes intensa associadas à circulação marítima também são comuns, sendo caracterizadas pelo transporte de umidade do mar para o continente.
No trimestre, janeiro registrou pouco mais de 60 ocorrências associadas a chuvas intensas, seguido por fevereiro, que registrou aproximadamente 30 ocorrências. Isso faz deste período do ano o que apresenta o maior número de ocorrências. Estes eventos estão relacionados com o aumento de temporais de verão, que ocorrem por conta da combinação da grande disponibilidade de umidade com altas temperaturas.
As chuvas intensas são caracterizadas por grandes volumes de chuva em curto período de tempo. Com isso, muitas vezes estes eventos provocam aumento de outras ocorrências como enxurradas e alagamentos (Figuras 4 e 5).
O mês de janeiro é disparadamente o mês do ano com o maior número de ocorrências relacionadas a enxurradas, se aproximando de 350 registros no período (Figura 4), assim como alagamentos com 33 registros (Figura 5). Os meses de fevereiro e março, que grande parte do verão, também apresentam um volume maior de ocorrências relacionadas a esses eventos, como é possível observar nas Figuras 4 e 5.
RECOMENDAÇÕES
No caso de alagamentos e enxurradas, evite o contato com as águas e não dirija em locais alagados. Não transite sobre pontilhões e pontes submersas. Cuidado com crianças próximas a rios e ribeirões.
Durante temporais com raios, rajadas de vento e granizo, busque local abrigado, longe de árvores, placas e de outros objetos que possam ser arremessados. Na praia, não fique na água.
A Secretaria da Proteção e Defesa Civil reitera a necessidade de acompanhar diariamente os Avisos e boletins de previsão do tempo devido às constantes atualizações nos modelos meteorológicos.