Em Santa Catarina, o monitoramento agrometeorológico é uma operação robusta conduzida por mais de 250 estações espalhadas estrategicamente em todo o estado. Essa rede, mantida pela Epagri/Ciram, órgão oficial responsável pelo monitoramento do tempo e do clima, representa um investimento de mais de R$14 milhões em infraestrutura de campo. Essas estações operam 24 horas por dia, fornecendo dados em tempo real para a população. O processo envolve uma equipe de aproximadamente 40 profissionais especializados, tecnologia de ponta e investimentos constantes na manutenção e melhoria das estruturas.
Os equipamentos eletrônicos, expostos às intempéries, têm sua vida útil, e as estruturas precisam ser modernizadas ao longo do tempo. “Um exemplo é o padrão de tecnologia de rede móvel para transmissão de dados, que na década de 1990 era 2G e hoje já está em 5G. Por isso, nossos investimentos são contínuos para garantir que o serviço não seja interrompido”, explica Luis Hamilton Garbossa, gerente da Epagri/Ciram. Os recursos para essas atualizações são garantidos anualmente, principalmente pelo apoio do governo de Santa Catarina e contratos com organizações que dependem desses dados.
Garbossa ressalta que há um desafio constante em obter recursos para peças de reposição, equipamentos de campo e sistemas computacionais, totalizando cerca de R$1 milhão anuais. Apesar disso, a garantia da presença dos profissionais envolvidos na manutenção da rede é essencial, pois são funcionários públicos da Epagri.
Santa Catarina se destaca nacionalmente pela quantidade e qualidade das informações ambientais geradas. A rede registra variáveis como temperatura, umidade, pressão atmosférica, vento, umidade e temperatura do solo, precipitação, umidade da folha e radiação solar. Diariamente, mais de 86 mil registros dessas variáveis são disponibilizados para a população no site da Epagri/Ciram, sendo utilizados em diversos setores, como agricultura, defesa civil e operações portuárias.
A infraestrutura de coleta de dados evoluiu significativamente desde a instalação das primeiras estações na década de 1970 pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de SC (Empasc), antecessora da Epagri. Inicialmente, as leituras eram manuais, mas a automação começou a ganhar espaço no final dos anos 1990. O Porto de Itajaí recebeu a primeira estação automática em 1998.
O monitoramento meteorológico em SC não apenas fornece informações vitais para a agricultura, mas também tem relevância histórica, mantendo registros desde 1911. Além do papel crucial nas atividades agrícolas, esses dados são utilizados em laudos técnicos para comprovar perdas na agricultura devido a eventos climáticos. Diversas instituições públicas são parceiras nesse esforço, incluindo o Instituto Nacional de Meteorologia, Defesa Civil, portos, Agência Nacional de Águas, universidades e prefeituras.