O fenômeno El Niño continuará exercendo sua influência sobre a região Sul do Brasil ao longo de todo o verão, de acordo com o monitoramento da Secretaria de Proteção e Defesa Civil. As projeções indicam que, nos meses de janeiro, fevereiro e março, as chuvas devem permanecer dentro ou abaixo da média, variando conforme a região do estado. Em contrapartida, as temperaturas devem se manter acima da média ao longo de todo o trimestre.
O meteorologista-chefe da Secretaria, Felipe Theodorovitz, explicou que, a partir de março, a entrada na estação do outono pode trazer a influência de frentes frias e massas de ar frio, resultando em uma diminuição das temperaturas em relação aos meses anteriores. Esse padrão é considerado normal, com a transição para o outono e inverno, caracterizada pela frequência crescente de massas de ar frio.
Theodorovitz destacou que tanto o El Niño quanto a La Niña são fenômenos de escala global que afetam padrões de temperatura e chuvas em diversas regiões do mundo. Enquanto o El Niño aquece as águas do Oceano Pacífico Equatorial e altera o padrão de circulação dos ventos, a La Niña tem o efeito oposto, resfriando as águas e modificando o padrão de ventos. Em Santa Catarina, a La Niña tende a resultar em períodos prolongados de estiagem, com chuvas menos frequentes e menos intensas.
Nos últimos anos, a região enfrentou uma La Niña, que contribuiu para um período prolongado de estiagem, especialmente no grande Oeste Catarinense, entre 2019 e o início de 2023. A neutralidade nas águas do Oceano Pacífico Equatorial ocorreu ao longo do ano de 2023, seguida por um retorno ao aquecimento dos oceanos no segundo semestre desse mesmo ano. Esse retorno do El Niño foi marcado por grandes volumes e frequência significativa de chuvas em outubro e novembro de 2023 em Santa Catarina.
