Nesta segunda-feira (20), a Defesa Civil confirmou que um tornado causou danos em Balneário Gaivota e Sombrio, municípios localizados no Sul de Santa Catarina. Conforme o órgão estadual, o fenômeno foi registrado na madrugada do último sábado (18). Este já é o quinto tornado confirmado no Estado neste mês de novembro. O primeiro ocorreu no dia 06, em Cunha Porã (Oeste), o segundo no dia 11 em Tubarão (Litoral Sul), o terceiro ocorreu no dia 16 em Itá (Oeste) e o quarto, no dia 18, pela manhã em Urupema (Planalto Sul).
Confira a nota da Defesa Civil
Nota meteorológica DC/SC 20/11 – Tornado provoca danos em Balneário Gaivota e Sombrio na madrugada do sábado (18/11)
Na madrugada de sábado (18), por volta das 02h00 (horário local), um forte temporal com características de supercélula provocou um tornado no Litoral Sul catarinense, com muitos danos registrados em Balneário Gaivota e Sombrio. Este temporal esteve associado à formação de uma frente fria, o aprofundamento de um sistema de baixa pressão no Paraguai e o intenso fluxo de calor e umidade provenientes da região amazônica favoreceram o desenvolvimento de intensas tempestades sobre Santa Catarina.
Supercélulas são fortes tempestades que apresentam rotação, ingrediente essencial para a formação de um tornado. Elas possuem alto potencial para provocar danos associados a ventos fortes, como destelhamentos, quedas de árvores e danos na rede elétrica. Através da análise combinada das imagens de radar e de fotos e vídeos do local atingido pela supercélula, a Defesa Civil de Santa Catarina confirmou a ocorrência de um tornado entre os municípios de Sombrio e Balneário Gaivota.
As imagens da Figura 1 mostram a destruição causada pela passagem do fenômeno na região. Os principais danos se referem ao destelhamento parcial e total de residências e galpões, assim como a quebra de árvores.
Na Figura 2 (a), é mostrado um print de um vídeo feito por moradores de Sombrio, onde é possível identificar a nuvem em formato de funil. Na imagem, não é possível ver o funil tocando o chão (critério necessário para classificação de tornado), mas ao analisar conjuntamente as imagens dos danos e os produtos do radar meteorológico do Morro da Igreja, fica perceptível a passagem do fenômeno pela região. A Figura 2 (b) mostra o campo de estimativa da velocidade do vento do radar meteorológico do Morro da Igreja às 02h00 (horário local), onde é possível observar um forte dipolo, o que indica a presença de uma intensa rotação da célula convectiva. A velocidade dos ventos estimada pelo radar na região indicada pelo círculo em azul superou a escala de 30 m/s, ou seja, ficaram acima dos 100 km/h. Nas Figuras 2 (c) e (d) são exibidas imagens do campo de refletividade (dBZ) do radar meteorológico do Morro da Igreja, às 02h00 e 02h10 do horário local. Na região destacada pelo círculo azul da Figura 2 (c), é possível identificar o núcleo da supercélula que ocasionou o tornado, com um formato de vírgula. Esta característica também corrobora com a confirmação do fenômeno na região.