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“Ó glorioso verde que se expande”: Há 50 anos, nascia a Associação Chapecoense de Futebol

Em uma das áreas mais centrais de Chapecó, era dado o primeiro passo para a criação da Chape

Nunca na história do futebol mundial um hino fez tanto sentido para um clube de futebol. “Nas alegrias e nas horas mais difíceis”, a Chapecoense se mantém em pé, viva e com “a força imensa de sua fiel torcida”. São 50 anos de um clube que conquistou títulos “na imensidão e vastidão de nosso estado” e ganhou o coração de toda a pessoa que gosta e vive o futebol, seja ela moradora de terras sul-americanas ou estrangeiras. O Verdão é forte e sempre será, pois “leva consigo o coração de uma cidade”, até porque, “Chapecoense tu és sempre Chapecó”. No dia 10 de maio de 1973 nascia a Associação Chapecoense de Futebol.

Imaginamos a cena: uma quinta-feira, 10 de maio de 1973. Avenida Getúlio Vargas, próximo ao cruzamento com a rua Marechal Bormann, um dos pontos mais centrais de Chapecó. Um apaixonado por futebol chega até os seus amigos e fala: ‘vamos formar um time aqui na cidade!’. Logo de cara, ele recebe a resposta: ‘está louco, Lotário?!’. Foi assim, o primeiro diálogo sobre a criação da Associação Chapecoense de Futebol. Altair Zanella, aos 82 anos, um dos fundadores do clube, lembra até hoje do diálogo sobre a criação da Chape.  

“Foi na avenida inclusive, na avenida Getúlio Vargas, em frente ao Bradesco e não parece, mas já faz 50 anos, meu Deus do céu! Ali, nós se reunirmos, eu, Lotário (Lotário Immich), Pelisser (Alvadir Pelisser) e o Dimas (Vicente Delai), inclusive o Lotário chegou no meio do bolo, com o escudo da Chapecoense, bordado, tudo direitinho, como está hoje na camisa inclusive. Ele chegou e provocou a gente. Na época não tinha time, pois recém tinha acabado o Independente e o Chapecó. Ai ele disse: ‘vamos formar um time aqui na cidade!’. Inclusive o Dimas disse: ‘está louco Lotário?!’”, relembrou o seu Zanella.

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Conforme a Chapecoense, em seu site oficial, pode se dizer que a Chape surgiu na ideia de jovens apaixonados pelo esporte e da união dos clubes; Clube Atlético Chapecó e Independente Futebol Clube, que haviam sido desativados na época. Na ata de criação do Verdão destacam-se os nomes de Alvadir Pelisser, Heitor Pasqualotto e Altair Zanella, representantes do Clube Independente, Lotário Immich e Vicente Delai, representantes do Clube Atlético de Chapecó.

Seu Zanella explicou que Lotário foi quem puxou a frente para criação da Chape, inclusive, a primeira ata foi feita na loja dele, na época localizada na esquina da Getúlio Vargas com a praça, no centro, em frente à Catedral Santo Antônio. Foi nessa reunião, que foi formada a primeira diretoria do Verdão:

Presidente: Lotário Immich;
Vice-Presidente: Gomercindo L. Putti;
Secretário: Jair Antunes de Silva;
2º Secretário: Altair Zanela;
Tesoureiro: Alvadir Pelisser;
2º Tesoureiro: Paulo Spagnolo;
Diretor Esportivo: Vicente Delai;

“Ai ele tirou do paletó dele, o escudo, como está hoje. Desenhado exatamente como está hoje. Ele mostrou para nós. Estávamos eu, o Lotário, o Pelisser e o Dimas. Ai o Lotário disse: ‘Vocês colaboram comigo e eu tomo a iniciativa’. Inclusive ele tinha uma loja ali na esquina da Getúlio Vargas com a praça, no centro, em frente à Igreja. O Jair, funcionário dele, bateu a ata, a primeira ata do clube”, contou seu Zanella sobre a primeira ata da Chape.

“Eu me sinto orgulhoso, inclusive eu tenho uma certa mágoa, porque ninguém comenta sobre o Lotário, mas ele foi o homem que deu o pontapé, para criar esse time que eu amo tanto, vou amar e não vou esquecer nunca”, relembrou Altair Zanela, sobre a importância de Lotário Immich, na criação da Chapecoense.

Os primeiros anos
Nos primeiros anos após a fundação, a Chapecoense recebeu o apoio da comunidade de Chapecó e de empresários da época. Conforme o clube, figuras marcantes da história do município incentivaram a Chape, entre eles Heitor Pasqualoto, Avelino Biondo, Moacir Fredo, Arthur Badalotti, Gentil Galli e Plínio Arlindo De Nês. Em seu site oficial, o Verdão lembra que o primeiro ‘terno de camisas’ foi doado pelo empresário, político e proprietário das ‘Casas Vitória’, Ernesto de Marco.

Ainda no ano de 1973, a Chapecoense apresentava a sua primeira formação, composta por Odair Martinelli – Alemão (motorista da SAIC), Zeca (apelidado de “Calceteiro” por ser o responsável pela montagem das calçadas, funcionário da Prefeitura de Chapecó), Miguel (Cabo da PM/SC), Boca, Vilmar Grando, Caibi (Celso Ferronato), Pacassa (José Maria), Orlandinho, Tarzan, Ubirajara (PM/SC), Beiço, Airton, Agenor, Plínio (de Seara), Jair, Raul, Xaxim e Casquinha (funcionário do BESC).

Seu Zanella lembra que no início, a Chapecoense se filiou a Liga Xanxerense de Futebol, onde disputava jogos nos municípios da região. “Foi formado a diretoria e nós escrevíamos os jogadores por intermédio de uma liga de Xanxerê. Nos filiamos a liga de Xanxerê para disputar o campeonato amador em Xanxerê, Seara, São Domingos, todos os municípios da região”, relembrou.

Conforme o Verdão, o primeiro jogo do clube foi contra o Esporte Clube São José, o ‘Zeca’, de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. O jogo foi realizado no campo do Colégio São Francisco, em Chapecó, onde o time catarinense venceu por 1 a 0. O segundo jogo foi realizado na cidade vizinha de Chapecó, Xaxim, contra outro time gaúcho, o Novo Hamburgo.

Ainda no ano de sua criação, a Chapecoense teve um importante jogo contra o Avaí, em Florianópolis, na Capital de Santa Catarina. O Leão da Ilha foi o Campeão Catarinense de 1973, após vencer um quadrangular final contra Juventus (Rio do Sul), o Figueirense (Florianópolis) e o Caxias (Joinville) e era uma das forças no futebol do Estado. O jogo terminou empatado por 2 a 2. “Empatar com o Avaí na Capital foi a maior glória para a Chapecoense”, lembrou Alvadir Pelisser, em uma entrevista para o site da Chapecoense.

Títulos
A Chapecoense pode se orgulhar muito de suas conquistas. Em terras catarinenses, o Verdão é o único time que conquistou um título internacional, com a Copa Sul-Americana de 2016. Ou seja, a Chape é a única equipe de Santa Catarina com um título estadual, um nacional e um Internacional.

Em seu site, a Chapecoense destaca a conquista de 13 títulos oficiais: Taça Santa Catarina (em 1979 e 2014), Taça Plínio Arlindo de Nês (1995), Copa Sul-Americana (2016), Copa Santa Catarina (2006), Campeonato Catarinense (1977, 1996, 2007, 2011, 2016, 2017 e 2020), e Campeonato Brasileiro Série B (2020).

Seu Zanella lembra com carinho do primeiro título da Chapecoense, o Campeonato Catarinense de 1977: “Em 77 nós fomos campões. Essa foi a maior alegria da gente. Depois, o time mesmo em si, explodiu e está bem até hoje, apesar das dificuldades, ele existe. Eu fico orgulhoso, pois fui um dos fundadores da Chapecoense”.

A primeira grande conquista: Campeonato Catarinense de 1977
Quatro anos após a sua criação, a Chapecoense já alcançava a sua primeira grande conquista. No estadual de 1977, disputado por 20 equipes: Avaí (Florianópolis), Carlos Renaux (Brusque), Chapecoense (Chapecó), Comerciário (Criciúma), Ferroviário (Tubarão), Figueirense (Florianópolis), Guarani (São Miguel do Oeste), Internacional (Lages), Joaçaba (Joaçaba), Joinville (Joinville), Juventus (Jaraguá do Sul) Juventus (Rio do Sul), Kindermann (Caçador), Lages (Lages), Marcílio Dias (Itajaí), Operário (Mafra), Palmeiras (Blumenau), Palmitos (Palmitos) e Paysandu (Brusque), o Verdão foi o grande campeão.
Naquele ano, a Chapecoense e mais quatro clubes (Avaí, Comerciário, Joinville e Paysandu) disputaram a fase final do Campeonato Catarinense. Após jogos de turno e returno, Chapecoense e Avaí se classificaram para a grande final do Estadual. Com um gol de Jaime, o título catarinense ficava pela primeira vez em Chapecó.

Campeonato Catarinense de 1996
Depois do título do Estadual de 1977, a Chapecoense ficou quase 20 anos sem um título do Campeonato Catarinense. Nestes anos, o Verdão chegou em três finais, mas foi derrotado pelo Joinville em 1978 e pelo Criciúma em 1991 e 1995. A história mudou em 1996, quando a Chape venceu o seu segundo título catarinense, em uma final contra o Joinville.

Em 96, 10 clubes disputaram a competição: Avaí (Florianópolis), Blumenau (Blumenau), Brusque (Brusque), Chapecoense (Chapecó), Criciúma (Criciúma), Figueirense (Florianópolis), Jaraguá (Jaraguá do Sul), Joinville (Joinville), Marcílio Dias (Itajaí) e Tubarão (Tubarão). Conforme o regulamento da época, os campeões do turno (Tubarão) e returno (Chapecoense), com os dois melhores times por índice técnico (Joinville e Criciúma) jogaram um ‘quadrangular semifinal’. Os dois campeões dos turnos desta fase final, a Chapecoense e Joinville fizeram a grande final da competição.

O grande personagem desta final foi ‘O Foguetório’, lembrado até hoje pelos torcedores da Chapecoense. A ação de adeptos do Verdão, separou as duas partidas finais do estadual por mais de cinco meses.

O primeiro jogo, realizado no Estádio Ernesto Schlemm Sobrinho, o ‘Esnestão’, em Joinville aconteceu no dia 6 de julho de 1996 e foi vencida pelo JEC por 2 a 0. Antes do segundo jogo, ainda em julho daquele ano, os torcedores do Verdão fizeram um foguetório próximo ao hotel onde o time do Norte do Estado se hospedava. Revoltado com a atitude, o então presidente do Joinville, Vilson Florêncio não deixou que o time jogasse a partida e ordenou que o elenco retornasse à cidade.

No dia 18 de dezembro, no campo do Estádio Regional Índio Condá, em Chapecó, com gol de Marquito no tempo normal e Gilmar Fontana na prorrogação, a Chapecoense se tornava bicampeã do Estado.

Campeonato Catarinense 2007
Os anos 2000 não começaram da melhor forma para o Verdão. Dentro de campo, o time vivia mais um jejum de títulos do estadual. Após a conquista de 1996, o Verdão ficou 11 anos sem uma conquista do Campeonato Catarinense. Em 2007, a história novamente se modificaria e a terceira conquista do Estado chegaria a Chapecó.

Naquele ano, 12 equipes jogaram o estadual: Atlético de Ibirama (Ibirama), Avaí (Florianópolis), Brusque (Brusque), Chapecoense (Chapecó), Criciúma (Criciúma), Figueirense (Florianópolis), Guarani de Palhoça (Palhoça), Joinville (Joinville), Juventus (Jaraguá do Sul), Marcílio Dias (Itajaí), Metropolitano (Blumenau) e Próspera (Criciúma).

Segundo o regulamento da competição de 2007, os times jogariam partidas de turno e returno, onde os dois campeões, fariam a final da competição. Na primeira fase (turno), o Criciúma foi o campeão, enquanto a Chapecoense venceu a segunda fase (returno).

No dia 29 de abril de 2007, no Índio Condá, em Chapecó, o Verdão do Oeste vencia o primeiro confronto da final, com um gol do lateral-direito Roni. Uma semana depois, no dia 6 de maio daquele ano, no estádio Heriberto Hülse, em Criciúma, um empate em 2 a 2, dava a Chape, o seu terceiro título do Campeonato Catarinense.

Campeonato Catarinense 2011
No ano de 2011, o Verdão conseguiu o seu quarto título do Campeonato Estadual. Mais uma vez, o destino colocou o Criciúma na final com a Chape. Em uma repetição da final de 2007, mais uma vez a Chapecoense superou o Tigre e venceu o estadual. O título de 2011 foi um ressurgimento para o time do Oeste, já que no ano anterior, o clube foi rebaixado no Estadual e só jogou a Divisão Principal de 11, após o Atlético de Ibirama, pedir licenciamento junto à Federação Catarinense de Futebol.

Naquele ano, 10 clubes jogaram a elite do futebol de Santa Catarina. Além da Chape e Criciúma, que fizeram a final, Avaí (Florianópolis), Brusque (Brusque), Concórdia (Concórdia), Figueirense (Florianópolis), Imbituba (Imbituba), Joinville (Joinville) Marcílio Dias (Itajaí) e Metropolitano (Blumenau), também disputaram a competição.

As finais de 2011 aconteceram nos dias 08 de maio (Heriberto Hülse) e 15 de maio (Índio Condá). Em Criciúma, o Tigre venceu por 1 a 0, resultado que o Verdão fez em Chapecó, no segundo jogo. Como fez a melhor campanha, somando os dois turnos, a Chapecoense foi a campeã estadual daquele ano.

Campeonato Catarinense 2016
No seu auge, após conseguir a tão sonhada vaga para a elite do Campeonato Brasileiro, a Chapecoense conquistou o seu quinto título do estadual em 2016. Nesta edição, o Catarinense foi disputado por 10 equipes: Avaí (Florianópolis), Brusque (Brusque), Camboriú (Camboriú), Chapecoense (Chapecó), Criciúma (Criciúma), Figueirense (Florianópolis), Guarani (Palhoça),Inter de Lages (Lages), Joinville (Joinville) e Metropolitano (Blumenau).

Com a mesma fórmula de anos anteriores, a edição de 16 foi disputada em turno e returno, onde os dois campeões fariam a final. No primeiro turno, com uma ótima campanha, a Chapecoense foi a campeã. No segundo turno, o Joinville foi o vencedor.

O título de 2016 tem um valor sentimental enorme para o torcedor verde e branco. O elenco campeão catarinense daquele ano, foi a base do time vencedor da Copa Sul-Americana, conquistada no fim do ano, após o trágico acidente aéreo.

No primeiro jogo da final, realizado na Arena Joinville, no dia primeiro de maio, a Chape surpreendeu os donos da casa e com um gol de Ananias, venceu a partida. Uma semana depois, no jogo da volta, no dia 08 de maio, na Arena Condá, em Chapecó, o JEC até saiu na frente, com um gol de Diego Felipe, mas o eterno artilheiro do Verdão, Bruno Rangel empatou o jogo e deu o quinto título estadual a Chapecoense.

Campeonato Catarinense 2017
Em 2017, a Chapecoense enfrentava um dos anos mais difíceis de sua história. Após o trágico acidente que vitimou diversos jogadores e membros da diretoria, o Verdão precisava se remontar e enfrentar mais uma edição do Campeonato Catarinense. Em meio às incertezas, o Verdão mais uma vez surpreendeu e conquistou o seu sexto título do Estado, pela primeira vez de fase consecutiva.

Com a mesma forma de disputa do ano anterior, em 2017, Almirante Barroso (Itajaí), Avaí (Florianópolis), Brusque (Brusque), Chapecoense (Chapecó), Criciúma (Criciúma), Figueirense (Florianópolis), Inter de Lages (Lages), Joinville (Joinville), Metropolitano (Blumenau) e Tubarão (Tubarão), disputaram o torneio em jogos de turno (Taça Club Atlético Nacional) e returno (Taça Sandro Luiz Pallaoro). O Avaí venceu o primeiro turno e a Chape foi a campeã do returno.

As finais de 2017 aconteceram nos dias 30 de abril (Estádio Ressacada, Florianópolis) e em 7 de maio (Arena Condá, Chapecó). Na Capital do Estado, com um gol de Luiz Antônio, o Verdão do Oeste venceu o primeiro jogo. Na segunda partida, o Leão da Ilha surpreendeu e venceu pelo mesmo placar. Devido a melhor campanha geral, a Chapecoense se sagrou campeã estadual.

Campeonato Catarinense 2020
A Chapecoense entrou no Campeonato Catarinense de 2020 disposta a mudar um recente histórico negativo. Após o título estadual de 2017, o Verdão chegou em mais duas finais, onde perdeu para o Figueirense (2018) e Avaí (2019). Em 20, o estadual registrava pela primeira vez uma final entre Chapecoense e Brusque.

Naquele ano, novamente 10 equipes disputaram o torneio: Avaí (Florianópolis), Brusque (Brusque), Chapecoense (Chapecó), Criciúma (Criciúma), Concórdia (Concórdia), Figueirense (Florianópolis), Juventus (Jaraguá do Sul), Joinville (Joinville), Tubarão (Tubarão) e Marcílio Dias (Itajaí). Os clubes jogaram em turno único, todos contra todos e os oito melhores passavam para as quartas de final e consequentemente, semifinal e final.

No estadual de 20, a Chape não fez uma primeira fase boa, onde se classificou na oitava colocação, com 10 pontos, apenas três acima do Concórdia, primeiro clube dentro da zona de rebaixamento.

Nas quartas de final, o Verdão pegou o Avaí, melhor campanha da primeira fase e surpreendeu. Com um placar agregado de 3 a 1, o time do Oeste de Santa Catarina passou para a semifinal.

Na semi, em um confronto muito equilibrado com o Criciúma, a Chape se classificou a final, após uma decisão nos pênaltis. Na grande final do Estadual de 2020, o Verdão encarou o Brusque, a sensação do torneio. No primeiro jogo da final, disputado na Arena Condá, em Chapecó, no dia 9 de setembro, a Chape venceu por 2 a 0, com gols de Luiz Otávio e Joílson.

No jogo da volta, no Augusto Bauer, em Brusque, novamente a Chape venceu os donos da casa, dessa vez por 1 a 0. O gol da sétima conquista do Verdão foi marcado por Anselmo Ramon, que coincidentemente, faria o gol do título do Campeonato Brasileiro da Série B, meses depois.
Copa Sul-Americana 2016
Podemos começar a história da Chapecoense na Copa Sul-Americana de 2016, um ano antes, em 2015. Naquele ano, pela primeira vez em sua história, o time de Chapecó disputaria um torneio internacional. Após passar pela Ponte Preta na primeira fase e pelo Libertad (Paraguai) nas oitavas de final, o Verdão enfrentou o temido River Plate (Argentina) nas quartas de final. Depois de fazer frente aos argentinos, a Chape foi eliminada da competição, mas a animação pela trajetória se manteve.

Um ano depois, em 2016, novamente o Verdão jogaria a Sul-Americana. A estreia da Chape aconteceu longe de Chapecó, na Arena Pantanal, em Cuiabá, no dia 25 de agosto. Contra os donos da casa, o time de Santa Catarina foi superado por 1 a 0. Na volta, em Chapecó, na Arena Condá, no dia 31 de agosto, o Verdão reverteu a desvantagem e com gols de Lucas Gomes e Bruno Rangel (duas vezes), venceu o Cuiabá por 3 a 1.

Nas oitavas de final, a Chape enfrentou o “Rei de Copas”, o Independente da Argentina. Nas duas partidas, os times empataram em 0 a 0 e o confronto foi decidido nas penalidades máximas. Os torcedores que estavam na Arena Condá, na noite de 28 de setembro, viram surgir a idolatria de um jogador, o eterno Danilo. O goleiro verde e branco defendeu quatro pênaltis e foi fundamental para a classificação da Chape.

Com a classificação diante do Independente, a Chape enfrentou o Junior Barranquilla (Colômbia), nas quartas de final. No primeiro jogo, realizado no estádio Metropolitano, em Barranquila, o Verdão foi superado por 1 a 0. Na volta, no dia 26 de outubro, em uma partida dominante do time verde e branco, a Chapecoense fez 3 a 0 nos colombianos, com gols de Ananias, Gil e Thiego e avançou a semi.

A semifinal da Copa Sul-Americana de 2016 colocou mais um argentino no caminho da Chape. Dessa vez o San Lorenzo, campeão da Libertadores de 2014 e o time do ‘Papa Francisco’. No dia 02 de novembro, no estádio Nuevo Gasómetro, na Argentina, a Chape deu o primeiro grande passo para conseguir a vaga na final. Após Cauteruccio abrir o placar para os donos da casa, Ananias fez o gol de empate, que deu uma grande vantagem para o Verdão.

No jogo de volta, realizado na Arena Condá, no dia 23 de novembro, um empate em 0 a 0 dava a vaga para final a Chape, devido o clube catarinense ter marcado um gol fora de casa.

Com uma Arena lotada, mais uma vez brilhou a estrela de Danilo. No último lance do jogo, o San Lorenzo teve a chance da partida. Depois de uma falta, a bola foi levantada para a área da Chape. Após um bate e rebate, o atleta do time argentino finalizou próximo à linha da pequena área, mas Danilo, com o pé direito fez a defesa que definiu o 0 a 0 e a vaga na final para a Chapecoense.

Infelizmente, na madrugada do dia 29 de novembro, o avião que levava a delegação da Chapecoense a Colômbia, para a final da Copa Sul-Americana caiu e 71 pessoas, entre jogadores, comissão técnica, diretoria, jornalistas e convidados morreram. Após um pedido do Atlético Nacional, o adversário do Verdão na final do torneio, a Conmebol reconheceu no dia 05 de dezembro a Chapecoense, como a campeã da Copa Sul-Americana de 2016.

Campeonato Brasileiro da Série B 2020
Desde que conseguiu o seu acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro em 2014, o Verdão viveu altos e baixos na competição. Em seis anos na elite, o time brigou contra o rebaixamento, se classificou para a Libertadores e Sul-Americana, mas no ano de 2019, a Chape enfrentou o seu primeiro rebaixamento.

Para 2020, o time reestruturou o elenco e iniciou a preparação para o ano. Porém, devido à pandemia de Covid-19, que afetou todo o planeta, o mundo do futebol precisou se readaptar. Inicialmente, a Série B de 20 estava marcada para começar em 2 de maio e tinha a previsão de término no dia 28 de novembro. Por conta da pandemia, o torneio iniciou no dia 7 de agosto e teve os seus últimos jogos realizados no dia 29 de janeiro de 2021.

Em 2020, a Chape disputou o torneio contra outras 19 equipes: América Mineiro (MG), Avaí (SC), Botafogo (SP), Brasil de Pelotas (RS), Confiança (SE), CRB (AL), Cruzeiro (MG), CSA (AL), Cuiabá (MT), Figueirense (SC), Guarani (SP), Juventude (RS), Náutico (PE), Oeste (SP), Operário (PR), Paraná (PR), Ponte Preta (SP), Sampaio Corrêa (MA) e Vitória (BA).
O torneio contou com a emoção até o final. A campeã Chapecoense, ficou com 73 pontos, mesma pontuação do vice-líder América Mineiro, mas com um gol a mais de saldo, segundo critério de desempate.

A ‘decisão’ do torneio aconteceu na noite do dia 29 de janeiro de 2021, quando Chapecoense e América Mineiro entraram em campo empatados em pontos. O Verdão, jogou contra o Confiança na Arena Condá, enquanto o Coelho pegou o Avaí, na Arena Independência, em Belo Horizonte (MG). Em Minas, com tranquilidade, o América venceu o Avaí por 2 a 1. Coube ao jogo da Chape, com o Confiança a emoção na última rodada.

Logo nos primeiros minutos da partida contra o Confiança, Anselmo Ramon abriu o placar para a Chape. No início da segunda etapa, o time de Sergipe empatou. Com a vitória do América na outra partida, apenas um triunfo por dois ou mais gols dava o título da Série B para o Verdão. O empate na Arena Condá persistiu até os 33 minutos da segunda etapa, quando Perotti fez o segundo da Chape. O 2 a 1 ainda não era suficiente para o time de Santa Catarina. Aos 41 minutos do segundo tempo a Chape chegou a marcar, mas foi anulado por impedimento.

No fim do jogo, nos últimos minutos, Bruno Silva sofreu um pênalti. Anselmo Ramon foi para a bola e marcou o gol do título do Campeonato Brasileiro da Série B, a primeira conquista nacional da Chapecoense.

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