
A Reforma da Previdência de Santa Catarina que foi aprovada na última quarta-feira (04), continua resultando em manifestações pró e contra a decisão da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 5/2021. A proposta foi aprovada na Assembléia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) e aguarda sanção do Governador Carlos Moisés (Sem Partido).
O ClicRDC entrou em contato com órgãos da Segurança Pública que serão afetados pela reforma e em nota a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Santa Catarina (Adepol), cita que “O dia 04 de agosto de 2021 será eternizado na mente e na alma de cada policial civil catarinense. Não como um dia feliz. Será lembrado como o dia em que o “amigo” da Polícia Civil a abandonou”.
A Reforma Previdenciária do Estado de Santa Catarina é um conjunto de alterações legislativas propostas no sistema de seguridade social do quadro civil de servidores públicos estaduais.
Confira um trecho da nota:
Ah, Moisés! Por que nos traíste?
O dia em que a escolha de “servir e proteger” foi posta em xeque, como se a vocação de ser policial civil não fizesse mais sentido. O dia em que a opção de ingressar nos quadros da Polícia Civil nunca foi antes tão repensada. Enfim, o dia em que uma mescla de sentimentos tão incompatíveis com o “orgulho de pertencer” tomaram conta de cada policial que, à frente da ALESC, clamava pela sensibilidade do parlamento catarinense para que uma atitude injusta semeada pelo Governo do Estado não prosperasse. Pedia-se apenas o básico: uma velhice digna. Aliás, esse pedido não tinha o condão de necessariamente beneficiar o policial civil; objetivava, com isonomia, a sobrevivência de uma instituição que conta atualmente com 209 anos de história.
Sob argumentos inverídicos, um duro golpe foi desferido contra a Polícia Civil, que acabou por ser relegada a uma força policial de 2ª categoria, cujos reflexos são inimagináveis a longo prazo.
Ah, Moisés! Seria o momento de desistir?
Não, o momento é de reconstrução; de juntarmos os cacos, curarmos as feridas e reorganizarmos a casa. Mas, principalmente, o momento é de agradecer: agradecer aos 14 (quatorze) deputados estaduais que defenderam a isonomia entre as forças de segurança pública; que tiveram a coragem de defender publicamente uma categoria que nunca na história foi tão aviltada por um Governo – o mesmo que, meses atrás, sem qualquer apoio da sociedade e do parlamento, respirava por respiradores.
Confira a nota da Adepol na íntegra:
NOTA
Na nota a Adepol agradece aos deputados Ana Campagnolo, Fabiano da Luz, Ivan Naatz, Jesse Lopes, João Amin, Kennedy Nunes, Laércio Schuster, Luciane Carminatti, Marcius Machado, Maurício Eskudlark, Nazareno Martins, Neodi Saretta, Padre Pedro Baldissera e Rodrigo Minotto, que votaram contra a reforma, mas cita que os demais deputados que votaram a favor serão esquecidos.
“Portanto, não nos esqueçamos de quem esteve conosco nas trincheiras desta batalha. Mas esqueçamos de quem nos deixou para trás; de quem se omitiu ou fugiu à responsabilidade pela defesa institucional”, diz a nota.
Veja o posicionamento de alguns deputados da região Oeste que foram contrários à reforma: