
Um dia antes de ser morta, Simone da Silva Fialho avisou a filha que estava grávida novamente. Ela havia feito um exame de ultrassom, poucos dias antes do crime, ainda no mês de janeiro. A informação foi confirmada pela filha de Simone, que acompanhou a coletiva de imprensa da Polícia Civil sobre a morte da mãe e de Evanir Pires dos Santos Taborda, nesta quinta-feira (20), em Chapecó.
Por uma questão de segurança, a filha de Simone preferiu não ser identificada. Em entrevista ainda no auditório da 12ª Delegacia Regional de Chapecó, após a coletiva de imprensa, a filha de Simone informou que a mãe descobriu a gravidez no fim de dezembro. No mês de janeiro, ela realizou a primeira ultrassom.
“Ela estava de 11 semanas. Ela me avisou um dia antes e no outro aconteceu isso”, contou a filha de Simone.
Suspeitos não tinham motivação para matar Simone
Conforme o delegado da Divisão de Investigação Criminal (DIC), da Polícia Civil, Vagner Papini, os suspeitos não tinham nenhuma motivação para matar Simone. Segundo o delegado, ela morreu por estar na companhia de Evanir.
No dia do crime, após a morte de Evanir, os suspeitos colocaram o corpo dele no porta malas de um carro. Simone entrou no banco de trás deste veículo e foi levada pelos suspeitos até a linha de Alto da Serra, no interior de Chapecó, local onde os corpos foram enterrados. Ao desembarcar do carro, ela foi atingida por dois disparos de arma de fogo, um na cabeça e outro no tórax.
“Ela foi levada até lá, com a promessa de ser solta, entretanto esse não era o objetivo. Os suspeitos pretendiam, efetivamente, “fazer uma queima de arquivo”. Então a Simone, segundo as nossas investigações, morreu de forma injusta. Não há nenhuma motivação, que tenha sido causa para sua morte. Ela efetivamente morreu, pelo fato de estar em companhia do Evanir”, detalhou Vagner Papini.
Sobre a motivação da morte da mãe, a filha de Simone falou que é uma dor muito grande saber que os suspeitos a enganaram.
“Eu não sei nem te explicar. Depois de escutar que falaram para ela que iriam soltar ela e mataram ela injustamente, porque foi injustamente, é uma dor muito grande, saber que enganaram ela”, contou a filha de Simone.
Qual era o perfil de Simone?
“A mãe sempre foi uma pessoa muito trabalhadora. Ela toda a vida lutou pelo o que conquistou. O pouco que ela tinha, foi ela que conquistou. Ela sempre trabalhou, sempre se virou e sempre deu tudo para as crianças. Sempre o que ela pode dar para nós, ela deu. Todo mundo tem seus defeitos, ninguém é perfeito, mas todas aquelas ‘versões’ que saíram, que falavam mal dela, que ela tinha fugido, nossa, não tenho nem o que falar, porque nós sabíamos que não era aquilo”, falou a filha.
Qual foi a última conversa que você teve com ela?
“Nós conversamos todos os dias. Eu tenho minha nenê pequena e ela sempre perguntava como a criança estava, mesmo na correria do emprego, fazendo Uber. Ele estava fazendo corrida e ela arrumava tempo para fazer uma ligação de chamada de vídeo comigo. A última vez que eu vi ela foi em novembro, que ela foi lá para minha casa conhecer a minha nenê e foi a última vez que eu vi ela”, detalhou.
Após quase quatro meses desaparecida, o corpo de Simone foi encontrado no interior de Chapecó. Conforme a filha da vítima, o fato de encontrar ela morta não acalenta, mas ao menos agora a família pode fazer um enterro digno para Simone. “Vamos poder dar um enterro digno e deixar que ela descanse em paz, deixar que tudo se resolva”, finalizou a filha da vítima. Simone será enterrada na sexta-feira (21), em Chapecó.