O caso de um apenado flagrado com dez celulares, isqueiro, cabo USB e drogas no próprio estômago na Colônia Penal Agrícola de Palhoça, na Grande Florianópolis, nesta quarta-feira (16) surpreenderam até mesmo os agentes prisionais do Estado. O secretário estadual da Administração Prisional, Leandro de Lima, ressalta que o fato é ajuda a responder como celulares e drogas entram nas prisões. Em entrevista à rádio CBN Diário, ele destacou ainda a importância do scanner corporal para averiguar a existência dos objetos.
Segundo o secretário, o sistema prisional conta hoje com 15 equipamentos, que cobrem 75% das unidades. Com recursos federais, foram adquiridos mais seis aparelhos que devem ser instalados em breve.
Lima diz que a dificuldade para a cobertura de 100% da população carcerária é que são necessários scanners pequenos para as unidades de menor porte. De qualquer maneira, afirma que a tecnologia é “fundamental à segurança das unidades” atualmente. Além disso, a presença do aparelho poupa visitantes da exposição ao ato da revista íntima.
A Colônia Agrícola de Palhoça, onde cumpre pena o homem encontrado com os objetos no estômago, não possui o scanner.
Mesmo com scanners em três quartos das unidades, os presos conseguem acesso aos celulares. Secretário Leandro Lima afirma que a articulação de líderes de facção encarcerados e o lado de fora não ocorre apenas via ligações e mensagens. Acontece também através das reuniões com defensores e as íntimas. Mas, no caso dos celulares, Lima ressalta que o avanço mais representativo se dará quando for aprovada a legislação que obriga operadoras de telefonia a bloquearem o sinal em áreas de presídios.
Em 2018 foram apreendidos cerca de 1,3 mil celulares no sistema prisional catarinense.
“Muitos são retidos com visitantes, outras vezes nas operações dentro dos presídios. São telefones celulares menores que meu polegar, e meu polegar é de um tamanho normal, então é muito pequeno” afirma o secretário.
O tipo de celular encontrado engolido pelo detendo de Palhoça tem 7 centímetros de altura e dois de largura. O material de que são feitos é o carbono, que não é descoberto pelo detector de metais.
O caso em Palhoça ocorreu quando o detento retornou à unidade agrícola após uma saída temporária de sete dias.
Agentes desconfiaram do comportamento do preso e o submeteram à revista no detector de metais. O apenado foi levado então até o Complexo de São Pedro de Alcântara, unidade que possui scanner corporal. O procedimento confirmou que o homem havia ingerido os objetos. Além dos celulares, outros 52 invólucros estavam no estômago do apenado. Um procedimento cirúrgico foi realizado para a remoção do material.
*Informações Diário Catarinense