terça-feira, julho 22, 2025
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Operação do GAECO mira quadrilha que desviou mais de R$ 6 milhões de aposentados

Organização criminosa usava empresas de fachada para aplicar golpes sofisticados contra aposentados; mais de mil vítimas podem ter sido lesadas


Na manhã desta terça-feira, 22 de julho, o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) deflagrou a Operação “Entre Lobos”, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa especializada em aplicar golpes contra idosos e aposentados em diversos estados brasileiros.

A ação foi realizada em conjunto com a Promotoria de Justiça da Comarca de Modelo (SC) e cumpre 13 mandados de prisão – sendo oito preventivos e cinco temporários – e 35 mandados de busca e apreensão em 12 municípios dos estados de Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul, Bahia e Alagoas. Também foram determinadas 25 apreensões de veículos e o bloqueio de contas bancárias de até R$ 32 milhões.

Segundo as investigações, a organização utilizava empresas de fachada para adquirir créditos judiciais de forma fraudulenta. As vítimas, em sua maioria com idade média de 69 anos, eram abordadas em casa ou pela internet e induzidas a assinar documentos que autorizavam a cessão de valores que teriam direito na Justiça. Em muitos casos, os idosos recebiam apenas uma pequena fração do que lhes era devido.

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Há casos em que vítimas com direito a mais de R$ 140 mil judicialmente receberam apenas R$ 2.500, o que representa cerca de 1,7% do valor real. No total, mais de R$ 6 milhões foram liberados pela Justiça em nome das vítimas, mas elas receberam menos de 10% do valor.

As empresas Ativa Precatórios, de Pinhalzinho (SC), e BrasilMais Precatórios, do Ceará, são apontadas como principais instrumentos da fraude. Elas formalizavam os contratos de cessão e depois os valores eram transferidos ao escritório do advogado apontado como chefe da organização, sendo rateados entre os integrantes do grupo criminoso.

Além disso, o grupo se valia do site do Instituto de Defesa do Aposentado e Pensionista (IDAP), utilizado como fachada para captar vítimas em 37 comarcas dos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. A estrutura criada pela organização permitia ocultar a identidade dos criminosos e dificultar questionamentos das vítimas.

Mais de 130 agentes participaram da operação, com apoio dos GAECOs dos estados envolvidos, Polícia Militar e representantes da OAB. As ordens judiciais foram determinadas pelo Poder Judiciário e os mandados foram cumpridos com o acompanhamento da advocacia, respeitando as prerrogativas legais.

Durante as buscas, foram apreendidos documentos, planilhas de controle de lucros, registros de procurações e dados bancários que revelam a dimensão e o planejamento da organização. Também foram identificadas práticas de patrocínio infiel, em que advogados atuavam contra os interesses de seus próprios clientes, em desrespeito à ética da profissão.

O nome da operação, “Entre Lobos”, faz alusão ao comportamento predatório dos investigados e também homenageia vítimas falecidas durante o processo, como uma senhora de sobrenome Wolf, que remete ao termo “lobo” em inglês.

O Ministério Público de Santa Catarina orienta que pessoas que se reconheçam como vítimas do esquema procurem a Delegacia de Polícia mais próxima, entrem em contato com a Promotoria de Justiça de Modelo ou com a Ouvidoria do MPSC, para registro e encaminhamento das denúncias. A identificação das vítimas é fundamental para ampliar o alcance da investigação e garantir o ressarcimento dos prejuízos causados.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC

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