
Movimento amplia ofensiva no campo com ações coordenadas
Desde 1º de abril, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou 23 invasões de propriedades rurais e órgãos públicos em pelo menos dez estados brasileiros, como parte das mobilizações do “Abril Vermelho”. As ações devem se estender até o dia 17 de abril, data que marca o massacre de Eldorado dos Carajás.
Os estados com registros de ocupações incluem Pernambuco, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, São Paulo, Ceará, Goiás, Rio de Janeiro, Sergipe e Pará.
Propriedades privadas e públicas entre os alvos
Em Pernambuco, o MST ocupou a Usina Santa Teresa, em Goiana, e a fazenda da empresa CopaFruit, em Petrolina. Já no Rio Grande do Norte, uma das ações se deu na fazenda experimental da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), em Mossoró.
As ocupações têm o objetivo de exigir o avanço da reforma agrária no país e vêm sendo organizadas em diferentes frentes regionais do movimento.
Reações políticas e posicionamento do governo
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) manifestou preocupação com o aumento das invasões e criticou a postura do governo federal, que considera permissiva em relação às ações do movimento.
Em resposta, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, declarou que o governo retomou o ritmo da reforma agrária dos primeiros mandatos do presidente Lula e que está atuando para mediar os conflitos e garantir a paz no campo.
Abril Vermelho: mobilização histórica e contínua
As ações fazem parte do calendário anual do MST, que promove ocupações durante o mês de abril para chamar atenção às pautas da reforma agrária. Este ano, o movimento indicou que pretende seguir com as mobilizações até o dia 17, intensificando a pressão por medidas mais efetivas.