A Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou nesta sexta-feira (5) uma operação que revelou um esquema de captação e desvio de doações feitas por consumidores via conta de luz da Celesc. O dinheiro, que deveria ser destinado a hospitais filantrópicos do Estado, teria sido apropriado por empresas intermediárias ligadas a um grupo investigado. Ao todo, três pessoas foram presas, e mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Joinville, Blumenau, Brusque e Florianópolis.
Segundo o delegado Rafaello Ross, as investigações apontam que, entre janeiro de 2023 e julho de 2025, mais de R$ 4 milhões foram arrecadados, mas apenas R$ 885,8 mil chegaram efetivamente aos hospitais. Em alguns contratos, as empresas ficavam com até 94% dos valores doados.
Hospitais vítimas
Entre as entidades prejudicadas estão o Hospital Azambuja (Brusque), o Hospital Bethesda (Joinville) e o Hospital Misericórdia (Blumenau). Todas alegaram surpresa e afirmaram não terem ciência do esquema, sendo também vítimas da fraude.
A Celesc se manifesta
A Celesc informou que o programa de doações pela conta de energia é oficial e regulamentado, mas que não reconhece a atuação de intermediários. A companhia destacou ainda que cobra apenas 3,5% de taxa administrativa e suspendeu novos convênios até 30 de setembro de 2025 para auditoria.
Risco à solidariedade
O caso expõe como até iniciativas de solidariedade podem ser capturadas por esquemas criminosos, comprometendo tanto a confiança da população quanto a sustentabilidade de instituições essenciais para a saúde pública.
Orientação ao consumidor
A recomendação é que consumidores revisem suas contas de energia. Caso identifiquem cobranças de doações não autorizadas, devem entrar em contato com a Celesc pelo 0800 048 0120 ou presencialmente. Suspeitas de fraude devem ser denunciadas à Polícia Civil.
A operação apura crimes de estelionato, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro, com bloqueio judicial de valores que chegam a R$ 4.088.657,48.
Confira a nota do hospital Bethesta – Joinville/SC
A Instituição Bethesda vem a público esclarecer que foi vítima – e também denunciante – de uma fraude envolvendo doações destinadas ao hospital.
Assim como o Hospital Bethesda, outros hospitais de Santa Catarina foram vítimas de fraude. Empresas que atuavam como intermediárias entre entidades filantrópicas e a Celesc ofereciam a possibilidade de que cidadãos realizassem doações diretamente na fatura de energia elétrica. Porém, parte desses valores não chegava às instituições beneficiadas, sendo desviados pelas empresas. Informações divulgadas pela Polícia Civil revelam que a própria Celesc aparece como vítima, pois não tinha conhecimento do uso das contas de energia elétrica para captar as doações.
Há cerca de seis meses, ao identificar indícios de irregularidades em repasses realizados em seu nome, o próprio Hospital Bethesda reuniu informações e provas, apresentando denúncia formal às autoridades competentes. Desde então, a unidade hospitalar tem colaborado integralmente com as investigações.
“Reforçamos que o Hospital Bethesda foi vítima dessa prática criminosa, assim como outras entidades de saúde de Santa Catarina. Lamentamos profundamente que recursos voltados ao cuidado da população tenham sido alvo de fraudes. Faz-se importante ressaltar que as doações, desde então, são feitas de maneira segura e sendo fiscalizadas pela Instituição Bethesda”, revela Dr. Lúcio Slovinski, Diretor Executivo do Hospital Bethesda.
O Hospital Bethesda segue firme com a missão de oferecer atendimento de qualidade, pautados pela ética, integridade e pela confiança da sociedade.
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Marjorie Caturani Linzmeyer
Assessoria de Imprensa
