sábado, setembro 13, 2025
InícioSEGURANÇA PÚBLICAComissão promove debate sobre tratamento da AME no SUS

Comissão promove debate sobre tratamento da AME no SUS

Projeto de deputado catarinense pode incorporar medicamento de 10 milhões de reais no SUS

Foto: Divulgação/Assessora Parlamentar Celso Maldaner

A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados realizou audiência pública nesta quarta-feira (25), para ouvir representantes de movimentos e especialistas médicos sobre a inclusão do tratamento da Atrofia Muscular Espinhal (AME) no Sistema Único de Saúde (SUS).

A AME é uma doença genética rara e degenerativa que acomete especialmente nos primeiros anos de vida da criança, que causa dificuldades motoras e pode levar à morte. Atualmente existe apenas um tratamento disponível para a AME no SUS, o Spinraza, que deve ser aplicado de tempo em tempo.

O pioneiro no tratamento, que pode dar a chance de cura para as crianças, se aplicado até os dois anos, é o medicamento Zolgensma, mas tem como principal entrave seu custo elevado, que chega a mais de dois milhões de dólares ou aproximadamente R$ 10 milhões de reais, o que leva famílias a entrarem na Justiça, fazer vaquinhas e campanhas de arrecadação.

- Continua após o anúncio -

A incorporação do Zolgensma no SUS, poderá se dar através do Projeto de Lei 5253/2020, de autoria do deputado federal Celso Maldaner que também foi debatido na audiência.

Para o deputado, que já foi prefeito, os municípios não têm como arcar com essas despesas, mas o SUS pode e deve. 

“É viver uma vida com pressa, correndo atrás de um remédio que pode dar a chance de vida para um filho, isso não tem que ter preço, fornecer o medicamento, é dar uma vida com dignidade”, defende o parlamentar.


Foto: Divulgação/Assessora Parlamentar Celso Maldaner

Carina Galvão, representante do movimento Zolgensma para Todos, iniciou sua fala e citou nomes de crianças do país todo acometidas pela doença. Emocionada, exemplificou a vida de famílias que lutam com a doença.

Representante do Instituto Nacional de Atrofia Muscular Espinhal (Iname), Diovana Loriato destacou que até agora 52 pacientes fizeram uso da terapia genética no Brasil e 70% deles conseguiram o medicamento por judicialização, ou seja, seria mais fácil medicar em tempo essas crianças e evitar maiores custos com medicações, internações e uma série de dificuldades que elas enfrentam diariamente com a doença.

Dandara Lima, do Ministério da Saúde, afirmou que as evidências da eficácia do Zolgensma ainda são frágeis e, por isso, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) ainda está avaliando a sua adoção pelo SUS.

O deputado federal Valtenir, que tem uma filha com AME, disse que o tratamento é confiável e o resultado é significativo, confirmando a sua eficácia.

Precificação

Outro entrave enfrentado é a precificação do produto que está em andamento desde o ano passado. A Anvisa regulamentou a entrada da medicação no Brasil e ajustou um preço, porém, a Novartis, fabricante do Zolgensma, recorreu do preço estipulado.

O representante da empresa, Leandro Fonseca, afirmou que a demora na aprovação do Zolgensma se deve ao fato de que, na primeira instância da CMED, a terapia não foi considerada um produto inovador e, por isso, a empresa teve que recorrer. O representante da CMED, Fernando de Moraes, informou que os recursos apresentados estão sendo analisados.

Projeto 5253/2020:

O projeto está na Comissão de Seguridade Social e da Família com parecer favorável do relator, deputado federal que também é médico Pedro Westphalen.

Maldaner explica que a audiência serviu para sanar dúvidas, prós e contras, mas que agora, é necessário urgência na sua tramitação, pois quem tem AME tem pressa para viver.

Publicidade

Notícias relacionadas

SIGA O CLICRDC

147,000SeguidoresCurtir
120,000SeguidoresSeguir
13,000InscritosInscreva-se