Informações: O Município
O assassinato de Flávia Godinho Mafra, grávida que foi encontrada morta sem o bebê na sexta-feira (29), em Canelinha (SC), era planejado há pelo menos dois meses. A informação foi apontada pelo delegado da Polícia Civil, Paulo Alexandre Freyesleben e Silva, que está responsável pelo caso, em coletiva de imprensa na sexta-feira.
Segundo o delegado, a suspeita de ter cometido o homicídio relatou que engravidou em 2019, mas perdeu o bebê em janeiro deste ano. Ela conta, ainda, que não informou aos familiares – nem mesmo ao marido. Em junho, ela encontrou a amiga grávida e começou a planejar o crime, conforme aponta a Polícia Civil.
A participação de outras pessoas da família da suspeita no crime é investigada, porém, ela relatou que os familiares não tinham conhecimento do homicídio e que fingiu estar grávida durante os últimos meses. O delegado destaca que, em depoimento, pessoas disseram à Polícia que sabiam que a mulher teria perdido o bebê.
“Nós vamos trabalhar na hipótese de que ela possa ter tido auxílio, inclusive o marido será autuado em flagrante pois a suposta gravidez foi em outubro do ano passado e a história dele levanta dúvidas em relação a participação no crime”, informou o Delegado.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, a única motivação da mulher seria ficar com o bebê da vítima, O delegado relatou que durante o depoimento, a suspeita se mostrou fria e não demonstrou arrependimento ou culpa em relação ao caso.
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Como aconteceu
Informações colhidas em depoimento pela Polícia Civil apontam que a acusada chamou a vítima para um suposto chá de bebê, e a ofereceu carona até o local do evento. Ela parou em uma cerâmica abandonada, no bairro Galera, e relatou aos policiais que disse à vítima que as duas aproximavam-se do local da comemoração.
Quando a vítima ficou de costas para a mulher, ela agrediu-a com uma tijolada e outros golpes. No momento em que a vítima ficou inconsciente, ela retirou o bebê da barriga com um estilete. O corpo de Flávia foi encontrado pela própria mãe, após ela ter sido considerada desaparecida.
A suspeita tentou dar entrada com uma criança recém nascida por volta das 21h de quinta-feira (21), em um Hospital de Canelinha. A criança apresentava cortes profundos nas costas e lesão em um dos braços. No local, ela disse para os profissionais da saúde que teve o parto na rua.
Segundo a Polícia, a acusada foi atendida por um médico, que percebeu que não haviam indícios de parto recente. Na sexta-feira (28), Flavia foi considerada desaparecida, e a Polícia recebeu a informação de que o último contato dela foi com a suposta gestante que apareceu no hospital. O corpo foi localizado ainda na sexta-feira, quando a suspeita foi interrogada e confessou o crime.
Ela e o marido estão presos, e segundo o Delegado, serão autuados em flagrante por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e lesão corporal gravíssima em criança. Eles vão ficar à disposição da Justiça. O caso ainda é investigado.