A Plataforma IdeiaSUS Fiocruz, dedicada à compilação de experiências inovadoras no Sistema Único de Saúde (SUS), incorporou recentemente 443 práticas relacionadas à imunização, atingindo um total de 3.100 iniciativas em diversas áreas e territórios do sistema de saúde brasileiro. Esse marco representa a expressão da atenção primária, hospitalar, saúde mental, controle social e outros segmentos do SUS, impactando positivamente a vida de milhões de pessoas em todo o país.
Dentre as novas experiências, destacam-se aquelas provenientes da Oficina Nacional do Projeto ImunizaSUS, conduzido pelo Ministério da Saúde. Esse projeto tem como propósito aprimorar a Política Nacional de Imunização, enfrentando os desafios atuais e concentrando esforços na retomada das elevadas taxas de cobertura vacinal em território nacional.
As práticas inovadoras abrangem uma ampla gama de estratégias, incluindo o trabalho de equipes de multivacinação em unidades de saúde familiar em municípios do Acre, iniciativas criativas de vacinação contra a COVID-19, bem como a busca ativa para alcançar as metas da campanha nacional contra a poliomielite. Essas ações ressaltam a importância das campanhas de vacinação, utilizando comunicação em saúde e educação contínua como ferramentas cruciais no enfrentamento da hesitação vacinal.
A hesitação vacinal no Brasil, um desafio significativo no cenário atual, está associada à desinformação em redes sociais e à baixa percepção de risco de algumas doenças. Resultados de pesquisas indicam que quase 20% dos entrevistados acreditam não precisar de vacinas para doenças menos comuns, enquanto 24% consultam fontes de redes sociais antes de decidirem se vacinar. Além disso, 72,8% afirmaram ter medo de efeitos colaterais, e 37,6% têm medo de agulhas, destacando a complexidade da hesitação vacinal no país.
Os dados são provenientes da Pesquisa Nacional sobre Cobertura Vacinal, seus Múltiplos Determinantes e as Ações de Imunização nos Territórios Municipais Brasileiros, realizada pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e pelo Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Minas Gerais (Nescon/UFMG). A pesquisa identificou a hesitação vacinal como o principal desafio para a efetividade das políticas de imunização no Brasil.
