O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), está realizando uma pesquisa inovadora no Brasil para identificar as principais razões que levam à troca de próteses implantadas no quadril e no joelho. Inspirada em iniciativas internacionais, a pesquisa busca compreender melhor os fatores que levam à substituição dos dispositivos e encontrar maneiras de evitar essa necessidade.
A artroplastia, cirurgia que envolve a substituição de articulações desgastadas no quadril e joelho por próteses, é um procedimento comum realizado pelo Into, referência nesse tipo de intervenção. A qualidade de vida dos pacientes é o principal objetivo dessa técnica, permitindo que retomem suas atividades cotidianas sem dor.
Entretanto, em alguns casos, a revisão da artroplastia se faz necessária, envolvendo a retirada da prótese existente e a substituição por uma nova. Essa revisão ocorre quando a prótese se desloca, desgasta, mostra-se instável, ou em casos de infecções. Para entender melhor essas situações, o Into e a UFSC estabeleceram o Centro Nacional de Explantes (CNAEx).
Na primeira fase do estudo, mais de 400 próteses retiradas em cirurgias de revisão foram avaliadas no CNAEx. Os resultados preliminares indicam que uma das principais razões para a troca é a soltura dos implantes. As próteses retiradas são submetidas a análises detalhadas utilizando microscópio, estereoscópio e fotografia, além de ensaios destrutivos para investigar as condições internas das estruturas.
O INTO ressalta que essas análises fornecem dados detalhados sobre falhas nas próteses, contribuindo para o estabelecimento de novos padrões em cuidados ortopédicos e segurança dos pacientes. A criação do CNAEx coloca o Brasil na vanguarda da medicina ortopédica e impulsiona inovações na indústria de implantes.
Além dos aspectos técnicos e científicos, o estudo também busca compreender o perfil dos pacientes que passam por revisões de artroplastias no Brasil, levantando informações clínicas e demográficas. A expectativa é que os resultados subsidiem medidas para aumentar a vida útil dos implantes, aprimorar a regulamentação sanitária e a seleção adequada de próteses para diferentes casos. O financiamento do Ministério da Saúde foi crucial para a realização dessa iniciativa pioneira no país.