
Estado assume protagonismo e promete mudança estrutural
O Governo de Santa Catarina, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, afirmou estar enfrentando de forma inédita os problemas históricos do Hospital Regional do Oeste (HRO), em Chapecó, após a morte de João Maria Teixeira Machado, de 54 anos, no último dia 11 de abril. O paciente, que já havia buscado atendimento anteriormente, sofreu uma parada cardiorrespiratória enquanto aguardava resultados de exames no Pronto-Socorro. Segundo o secretário de Estado da Saúde, a responsabilidade está sendo assumida com transparência, investimento e ação direta.
“É o primeiro governo que bota o dedo na ferida”, disse o secretário em entrevista emocionada, destacando que a estrutura atual do Pronto-Atendimento não é compatível com a demanda real do hospital. A ala, inclusive, está passando por reformas — a obra de mais de R$ 6 milhões já está em execução.
Caso será apurado com rigor técnico
Sobre a morte de João Maria, o secretário reafirmou que houve atendimento médico, reavaliação e manobras de reanimação, mas reforçou que a Secretaria acompanha a investigação da Comissão de Óbito. “A primeira pergunta que fizemos foi: ele foi atendido? Sim, foi. Agora, vamos apurar com todos os cuidados que o caso exige”, afirmou, ressaltando que se trata de um episódio que envolve decisões médicas e, por isso, requer análise criteriosa.
O paciente havia procurado o hospital na semana anterior com dores abdominais e havia indicação de exames, como colonoscopia. O Estado, segundo o secretário, reconhece a necessidade de fortalecer os fluxos entre unidades municipais e hospitais regionais, e já está repensando o modelo de referência e contra-referência com os consórcios intermunicipais.
Investimentos e melhorias desde 2023
Desde que o Governo do Estado assumiu o contrato de gestão do HRO, em maio de 2024, medidas concretas vêm sendo adotadas:
- UTI pediátrica ampliada de 5 para 10 leitos
- UTI geral aumentada de 20 para 30 leitos
- Tempo médio de internação caiu de 5,5 para 3,5 dias
- Cirurgias eletivas saltaram de 700 para 1.200 por mês, com meta de 1.600
- Novo aparelho de ressonância magnética adquirido
- Reforço mensal de R$ 4 milhões em repasses estaduais
- Melhoria na gestão hospitalar com apoio técnico do Hospital Santo Antônio de Blumenau
Além disso, o governo articula ações específicas para sanar a falta crítica de técnicos de enfermagem na região — um gargalo que afeta diretamente a qualidade da assistência, especialmente em Chapecó.
Diálogo permanente e visão de futuro
O secretário garantiu que o Estado manterá presença constante em Chapecó. Uma nova reunião com equipes do SAMU e da Urgência e Emergência já está marcada para o próximo dia 23 de abril, com foco na revisão dos protocolos de classificação de risco e acolhimento. A meta é clara: oferecer dignidade no atendimento e eliminar gargalos históricos que penalizam a população do Grande Oeste.
“A população quer e merece ser atendida, e é isso que estamos fazendo. Não estamos empurrando o problema, estamos resolvendo”, concluiu o secretário.