
Durante sessão ordinária do Poder Legislativo de Chapecó, nesta quarta-feira (08), representantes da direção do Hospital Regional do Oeste (HRO) atenderam o requerimento do vereador Wilson Cidrão e falaram sobre a situação financeira da instituição.
De acordo com números divulgados pelo setor financeiro do hospital, de janeiro a setembro deste ano, o déficit chega a R$ 27 milhões.
“O alto custo dos pacientes com Covid fez com que as despesas aumentassem consideravelmente nesse sentido. Não recebemos os valores das despesas extras”, revelou o gerente financeiro, Idinei Franceschi.
Já o presidente da Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira (AHLVF), Reinaldo Lopes, lembrou que no pico da pandemia, o HRO chegou a ter 136 pacientes entubados, sendo que havia apenas 102 leitos de UTI. “A quantidade grande de pacientes, e o valor dos medicamentos que aumentou bastante, agravou a situação financeira do hospital”.
Os representantes do HRO também revelaram que o Governo Federal, repassa em média, um valor de R$ 1,6 mil por paciente, mas que estes recursos não são suficientes, principalmente aqueles diagnosticados com Covid-19. “O restante deveria ser repassado pelo Governo do Estado, mas ainda esperamos a transferência de R$ 7 milhões, o que acarreta em atrasos dos salários dos médicos”, completou Lopes.
Durante a visita, os vereadores de Chapecó também se comprometeram em usar a força política e solicitar o apoio de deputados e senadores para que esse repasse de recursos seja feito o mais rápido possível.

Médicos do Hospital Regional do Oeste alertam que podem paralisar os atendimentos em Chapecó
Na última sexta-feira (03), os médicos que atuam no Hospital Regional do Oeste (HRO), em Chapecó, enviaram uma carta a diretoria da Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira (AHLVF), onde alertam que podem paralisar os atendimentos em Chapecó, caso não ocorra o pagamento dos proventos atrasados (plantões e produtividade médica), em 15 dias. Devem sofrer suspensão dos atendimentos ambulatoriais, cirurgias e procedimentos eletivos de qualquer natureza médica.
De acordo com a carta (veja abaixo), essa situação de atraso nos serviços médicos prestados perdura por vários meses – a produtividade médica está atrasada desde maio/21 e os plantões e sobreavisos desde setembro/21. Eles também ressaltam a insatisfação geral do corpo clínico e a falta de informação sobre a previsão para normalizar a situação.
O que diz a Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira:
O jornalismo do ClicRDC entrou em contato com a assessoria de imprensa da Associação, que informou “estar empenhando todos os esforços para sanar a situação, mas continua no aguardo da liberação de recursos já auditados, divulgados no dia 1° de dezembro”. A AHLVF, destacou qual é o estágio das etapas do programa de reequilíbrio financeiro pós-Covid-19 do Hospital Regional do Oeste (HRO).
“O custeio dos leitos UTI-Covid19 ultrapassou em R$ 14.728.929,91 o valor dos repasses oficiais feitos pelo Ministério da Saúde nos meses de junho, julho, agosto e setembro de 2021. A Secretaria de Estado da Saúde se comprometeu em pagar essa diferença.
Os valores foram auditados entre 20 e 24 de setembro com ajustes finais realizados no dia 6 de outubro no gabinete do Secretário de Estado da Saúde, em Florianópolis. No dia 14 de outubro foram pagos R$ 7.439.785,80, dos meses de junho e julho, por meio de convênio existente e em vigor.
A diferença de R$ 7.289.144,11, correspondente aos meses de agosto e setembro, foi auditada entre 20 e 24 de setembro com fechamento contábil em 08 de outubro e liberação para pagamento pelo Governador em Exercício, presidente da Assembléia Legislativa de Santa Catarina, deputado Mauro de Nadal, em solenidade pública, em Xaxim, dia 10 de novembro.
Contudo, o efetivo pagamento depende de novo convênio, já liberado e com plano de trabalho e cadastramento da proposta, entre os dias 23 e 26 de novembro.
No momento, a AHLVF aguarda a liberação do Estado para a assinatura do convênio. Os passos seguintes incluem a publicação, abertura de conta e depósito dos valores.”