Em 2023, o Brasil está em transição da vacinação emergencial para a rotina contra a covid-19, após mais de 540 milhões de doses aplicadas em quase três anos. O Ministério da Saúde estendeu a vacinação com doses de reforço bivalentes para toda a população acima de 12 anos, mas a adesão foi baixa, inclusive para os grupos prioritários. Para 2024, propõe-se um calendário de vacinação contra a covid-19 para crianças menores de 5 anos e doses de reforço periódicas para grupos de risco, seguindo a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), como idosos, imunocomprometidos e gestantes.
O diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, busca a incorporação da covid-19 como uma recomendação permanente no calendário de vacinação, substituindo o caráter de excepcionalidade que dita o ritmo atual. É fundamental manter a vigilância constante das variantes, pois determinam as ondas de infecção desde o início da pandemia. Gatti destaca que a prioridade é garantir a vacinação, preferencialmente com as vacinas atualizadas contra as variantes. O Brasil busca desenvolver tecnologia de RNA mensageiro para vacinas, visando maior versatilidade na luta contra o coronavírus.
A corrida para manter as vacinas atualizadas contra as cepas do SARS-CoV-2 é desafiada pelo contínuo processo de mutação do vírus, buscando adquirir escape imunológico. As vacinas atuais, apesar de não neutralizarem completamente o vírus, reduzem significativamente a gravidade das infecções. No entanto, é essencial ampliar a cobertura vacinal com doses de reforço bivalente e incluir crianças que não receberam o esquema inicial de duas doses. O desenvolvimento de uma vacina genérica que proteja contra todas as variantes do SARS-CoV-2 é um objetivo das pesquisas para controlar a pandemia. É crucial vacinar principalmente pessoas imunocomprometidas para conter a evolução imprevisível do vírus.
