sábado, maio 10, 2025
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Quinta da Opinião: A relação do analfabetismo funcional e o Brasil

Leia a coluna do Dr. Robson Fernando dos Santos na Quinta da Opinião

Foto: Robson Santos | Especialista em Comunicação Política.

Há 26 anos atuo na docência, iniciei com Professor ACT do Estado de Santa Catarina, ministrando aulas para o ensino médio, passei por preparatórios para Vestibular e Concursos Públicos, cursos Técnicos, e atualmente, estou na graduação e pós graduação. Nesse caminhar tive o privilégio de ter em sala de aula excelentes alunos, mas, inevitavelmente, também tive alunos analfabetos funcionais, e me refiro aqui em todos os níveis de formação que atuei e atuo.

É preocupante, sem dúvida, o resultado de uma pesquisa, que em termos gerais, 01 (um) a cada 03 (três) brasileiros, mesmo sabendo ler e escrever, não conseguem realizar operações básicas que envolvem tarefas simples da vida contemporânea, mas que também tem dificuldades em realizar tarefas do cotidiano que envolvam textos mais longos e complexos ou que exijam alguma operação matemática mais sofisticada.

Essa condição pessoal é grave, sem dúvida; mas como docente afirmo que os níveis de formação, são um filtro e uma relevante solução para esse problema. No ensino superior, especialmente, afirmo que nunca formamos alunos nessa condição. Esse perfil, não perdura durante a formação universitária, pode até ingressar, mas não acompanha o nível exigido.

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O complicador, na verdade, consiste no fato de que há uma redução de interessados nos Cursos Superiores, o que representa um contrassenso, pois há um aplanamento para o ingresso, há bolsas de estudos disponíveis, mas o jovem, o indivíduo, não demonstra interesse numa graduação.

Então, creio que fora da Academia, os identificáveis analfabetos funcionais, estão ocupando espaços de mercado sem a devida qualificação. Essas pessoas, carregam consigo uma elevada carga de informação, inversamente proporcional a carga de conhecimento, e isso é temerário, pois, são essas pessoas que se tornam facilitadoras em acreditar e divulgar fake news, por exemplo.

Um terço da população, deste modo, estão expostas a se deixar levar por questões ideológicas, ignoram fatos históricos, questionam a ciência e fomentam o famigerado senso comum.

Para um país em crescimento, esses indivíduos comprometem o desenvolvimento, não apenas como uma estatística negativa das políticas públicas de educação, mas também por servirem como mote político eleitoreiro, tão simplesmente; ou seja, a divulgação da Pesquisa Inaf, servirá apenas para nutrir o discurso da oposição, e, para suscitar justificativas do Governo.

O que é fato, e, inegável, é que as políticas públicas de décadas, são e foram ineficientes em todas as áreas. O desenvolvimento social, exige um progressismo contextualizado, que atenda, no caso em tela, a todos os níveis do setor da Educação e da Cultura, mas na prática vivenciamos artifícios segmentados.

Dependendo da vontade do Gestor Público, ora se prioriza o Ensino Superior, ora o Ensino Técnico, doutras vezes, simplesmente empurra a responsabilidade aos entes federativos, mas no geral, o Estado oferece uma estrutura sucateada, pouquíssima valorização profissional, especialmente, pela parca remuneração, falta de profissionais, não só administrativos, mas na docência também. Há sempre uma tendência de implantar no material didático questões de interesses ideológicos, e, não se atém, à formação básica necessária, enfim, são inúmeras as falhas e os comprometedores que repercutem nos negativos índices da educação do País, justificando, neste caso, a situação caótica atual.

Não há dúvida que a educação é o marco para qualquer desenvolvimento, portanto, manter índices negativos, que, quando alterados, representam na prática insuficientes mudanças do atual cenário, consolida o subdesenvolvimento.

A atenção, o investimento e a implantação de políticas públicas, precisam atender todos os níveis de formação por igual, não se pode dar primazia isolada para um nível em detrimento dos demais. É preciso retomar a formação superior de professores em áreas que estão comprometendo o ensino básico e fundamental, mas principalmente, os pais precisam cumprir com suas responsabilidades para com a educação e formação de seus filhos.

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