Desde o governo de Michel Temer, convivemos com uma política de precificação dos combustíveis oscilante, buscando acompanhar a dolarização do valor do barril, no mercado mundial.
Inicio minhas considerações justificando que não estou atribuindo a responsabilidade do aumento dos combustíveis ao “mini governo” Temer, não é isso! Só estou iniciando um raciocínio para que haja compreensão que mudanças nos valores, tornaram-se uma constante inevitável.
A questão aqui, contudo, não tem relação com o valor dos combustíveis, mesmo havendo uma redução anunciada pela Petrobrás. A discussão do custo gira em torno da tributação, e é sobre esse ônus que faço minhas reflexões.
O valor dos combustíveis, portanto, reflete um custo muito mais caro ao Governo, pois apontam algumas fragilidades na política econômica de Lula.
A primeira, é o combate à uma decisão eleitoreira que reduziu os impostos no ano passado; então, o retorno de tributação gera descontentamentos, especialmente aos opositores e aos desconfiados da recém nova gestão Federal, até porque, são apenas 60 dias desse governo, restando ainda 1400 dias de mandato.
Outra fragilidade perceptível, são os contrassensos e falhas de comunicações dos interesses do Presidente e do próprio Ministro da Fazenda. Haddad já previa esse aumento desde janeiro, porém, uma medida provisória assinada por Lula, prorrogou até o da 1º de março, pois, obviamente, avaliou-se o peso político disso tudo.
O ponto nefrálgico de tudo isso, é sem dúvida alguma, a desconfiança e a divisão permanecente no país ainda, lógico em 60 dias é pouco para mudanças desse cenário, até porque, estamos presenciando um aumento considerável dos gastos públicos, e, esse é mote do aumento de custos.
Avalio que o governo resolveu pagar o elevado custo político e público do aumento dos impostos dos combustíveis, e esse preço é caríssimo, pois realmente precisa de receita para alavancar seus projetos. Basta-nos agora aguardarmos e fiscalizarmos, quais projetos?
Continuemos atentos, preferencialmente alheios às cegueiras ideológicas que prevaleceram nos últimos tempos, mas fiquemos vigilantes à tudo que o Planalto almeja. Não é errado um governo priorizar o social, muito pelo contrário, até porque constitucionalmente, os direitos sociais versam sobre educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, transporte, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados, e é exatamente tudo isso que todo cidadão quer de um governo, que possamos desfrutar de todos esses direitos, sob pena de pagar o alto custo de uma escolha errada.