Analisando o resultado das eleições do dia 02 de outubro, lembrei da letra de uma música de Jim Morrison que diz que “o futuro é incerto e o fim está sempre perto”. Pois bem, nesse sentido, vou ousar aqui em algumas previsões para o nosso cenário político.
Aliás, vejo ser importante fazer essas antevisões de uma forma lógica, partindo do micro para o macro, ou seja, vamos partir do município, passar pelo estado de Santa Catarina e terminar nas eleições presidenciais.
Então começo daqui de Chapecó/SC, até porque, tivemos aqui um protagonismo relevante. Inegavelmente, o prefeito João Rodrigues é uma liderança política de peso em Santa Catarina, tanto que, por pouco, não disputou a vaga para governador (muito provavelmente, mantida sua candidatura, os resultados do último domingo poderiam ter sido diferentes). A decisão de seu grupo político foi de concluir seu mandato de Prefeito, garantir sua reeleição, e construir sua base para o pleito de 2026.
Nesses planos, o Prefeito expressa apoio e coordena a campanha do candidato do UB, ladeado por um competente vice oestino, junto com os candidatos aos parlamentos. Tudo parecia ir bem, até que, por algum motivo, não sei se foram os alvoroços envolvendo o nome de Gean Loureiro, o 44 começou a derreter nas pesquisas. Tanto é que nenhum candidato apoiado pelo líder de Chapecó logrou êxito nas urnas. Não estou responsabilizando João Rodrigues por isso, estou apenas fazendo uma consideração.
De outro lado, o Partido Liberal, em Chapecó, obtém uma votação expressiva, acompanhando os resultados de todo o estado, que depositou nas urnas amplo apoio ao Bolsonarísmo. O PL garantiu o segundo turno para Presidente e Governador, elegeu o Senador e fez as duas Deputadas mais votadas – na Câmara Federal e na Alesc, ambas de Chapecó.
E é exatamente esse resultado que torna incerto o futuro político para os chapecoenses. Jorginho Mello, aqui do oeste, eleito Governador de Santa Catarina, Caroline De Toni, Ana Campagnolo e o Senador Jorge Seif manterão o espaço político do PSD aqui, para que João Rodrigues venha ser um possível opositor político em 2026 ou até mesmo nas próximas eleições municipais?
Entendo que ainda é cedo para termos a resposta, porém, fica evidente que o Prefeito de Chapecó buscará uma aproximação e alinhamento com Jorginho Mello, mesmo diante das farpas trocadas na campanha eleitoral.
Em nível de estado as eleições estão definidas: Jorginho Mello mantém a liderança no segundo turno e consagra-se o novo Governador de Santa Catarina. Bolsonaro mantém o favoritismo junto aos catarinenses, como há 4 anos. Mas há um fato novo: o Partido dos Trabalhadores ressurge com duas lideranças expressivas, Pedro Uczai e Luciane Carminatti, também chapecoenses, que vão movimentar o próximo pleito.
Num futuro muito próximo – dia 30 de outubro, a incerteza fica a cargo das eleições presidenciais, e meu bacorejo é de que o fiel da balança serão os eleitores de Minas Gerais e Bahia. Creio que eles decidirão as eleições, até porque, também creio numa abstenção ainda maior para o segundo turno.
Se o futuro é incerto, temos a possibilidade de afastar de nós o fim, pois temos a capacidade de começar, recomeçar e de mudar tudo que almejamos, basta fazermos a escolha certa. O respeito às diferenças, à ordem republicana e a democracia, nos oportuniza construir o nosso futuro. Para isso, basta cobrarmos e fiscalizarmos se os nossos anseios estão sendo atendidos – só assim, nosso futuro será sempre melhor.