Sou um crítico sobre quem faz da política uma profissão. Já informei, inclusive, que o salário bruto do Presidente da República é de R$ 30.934,70 mensais. Aliás, toda atividade econômica desenvolvida por qualquer pessoa, é retribuída com uma remuneração, e, esse salário, faz com que gastemos até o limite da nossa renda, correto?
Para nós sim, mas para o Presidente da República, além do seu ordenado, ele tem à disposição um cartão de crédito sem limites, pagos pelo contribuinte, ou seja, além dos quase 31 mil reais de salário, tem a seu dispor, um cartão corporativo.
Segundo consta no Portal da Transparência, em todo serviço público Federal existem 3.048 portadores desse cartão, que em 2022, já gastaram R$ 118,76 milhões. Mesmo que isso represente apenas 0,01% de todo o gasto público, a Presidência da República é o maior usuário desse cartão, responsável por 37,14% de todo o valor gasto, ou seja, até meados do ano, já foram gastos mais de R$ 44 milhões.
O Presidente da República, portanto, além de seu salário mensal como mandatário do país, ainda usufrui de gastos ilimitados. Desde o início deste século existe essa prática dentro do Governo Federal, todos os passados Presidentes sempre foram desmedidos no uso deste cartão, mas agora, além da reiterada prática, há o complicador de haver um sigilo de apenas 100 anos nos gastos do cartão corporativo.
Obviamente que é necessário questionar essa prática, pois o atual governo se elegeu sob a bandeira da nova política e contra a corrupção. Acontece que corrupção se combate com transparência e com práticas diferentes, o que infelizmente, nesse sentido, não se tem.
Não são poucas as notícias sobre os elevados gastos pelo cartão corporativo, que aumentou consideravelmente, nesta fase pré-eleitoral, em que os candidatos já fazem campanha antecipada. Viagens, eventos, despesas, tudo sendo custeado com dinheiro público, pois é esse que paga as despesas dessa prática.
Recomendo, portanto, que todos acessem o Portal da Transparência do Governo Federal, lá irão encontrar os gráficos e os valores dos gastos de todos os cartões corporativos, os nomes de quem gasta mais e quem mais recebeu desses valores, mas obviamente, não há nenhuma informação nesse sentido, de forma tão detalhada, sobre o cartão corporativo da Presidência da República, que mantém tais informações em segredo secular.