
Críticas internacionais acendem alerta sobre papel do STF no Brasil
A respeitada revista britânica The Economist publicou um editorial contundente sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), acusando a Corte de exercer influência política excessiva no Brasil. As críticas miram especialmente o ministro Alexandre de Moraes, apontado como símbolo de uma atuação judicial cada vez mais centralizadora e politizada.
Segundo a publicação, o STF estaria assumindo um protagonismo que ultrapassa os limites de um tribunal constitucional, atuando em temas que deveriam estar sob responsabilidade do Legislativo e do Executivo. O texto alerta para o perigo de a Corte se transformar em um poder que, ao invés de proteger a democracia, pode comprometer liberdades civis fundamentais.
Moraes no centro do debate
A figura de Alexandre de Moraes é o foco principal do editorial. O texto descreve o ministro como alguém com “poderes surpreendentemente amplos”, responsável por decisões monocráticas em temas de alta sensibilidade política, como investigações contra bolsonaristas e controle de desinformação.
A The Economist não questiona apenas o conteúdo das decisões, mas também o processo e a frequência com que o ministro age de forma individual, o que, na avaliação da revista, ameaça o princípio da colegialidade judicial e a previsibilidade institucional.
Resposta oficial: STF defende sua atuação
O STF reagiu rapidamente às críticas. Em nota pública, o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, rebateu os argumentos apresentados pela revista. Ele defendeu o papel do STF como guardião da democracia brasileira, lembrando que a instituição foi essencial para conter ameaças autoritárias e tentativas de ruptura institucional nos últimos anos.
Barroso também destacou que as decisões individuais são permitidas pelo regimento e, em sua maioria, posteriormente referendadas pelos demais ministros. Para ele, o STF atua de maneira transparente e responsável, sendo respaldado pela confiança da população.
Debate ganha força no Brasil e no exterior
As críticas da The Economist repercutiram amplamente no Brasil, alimentando o debate público sobre os limites do poder Judiciário em democracias fragilizadas. A discussão envolve juristas, parlamentares e analistas políticos que divergem sobre o papel atual do Supremo, especialmente após episódios marcantes como o 8 de janeiro de 2023 e o enfrentamento à desinformação nas redes sociais.
A publicação reforça um dilema que o Brasil enfrenta: como equilibrar o combate a ameaças democráticas sem enfraquecer os pilares fundamentais da separação de poderes.