
CPI do INSS é protocolada com apoio de 185 deputados e mira esquema de R$ 6,3 bilhões
A oposição na Câmara dos Deputados oficializou nesta terça-feira (30) o pedido de instalação da CPI do INSS, após reunir 185 assinaturas, superando o mínimo necessário. O requerimento visa apurar um esquema bilionário de descontos indevidos em benefícios previdenciários, revelado pela Operação Sem Desconto da Polícia Federal.
O centro da crise: fraudes e nomes de peso
Segundo as investigações, entidades sindicais estariam cobrando valores sem autorização de aposentados e pensionistas, sob falsas promessas de assistência. O caso mais sensível envolve o Sindnapi, sindicato que recebeu mais de R$ 77 milhões em contribuições em 2024, e cujo vice-presidente é Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O impacto político é direto: há pressões para o afastamento do ministro da Previdência, Carlos Lupi, acusado pela oposição de possível interferência nas apurações. Lupi, por sua vez, nega omissões e afirma que o governo já está tomando providências para reparar as falhas.
Apoio massivo e articulações nos bastidores
O pedido foi articulado pelo deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) e conta com apoio maciço do PL, União Brasil, PP, Republicanos, MDB, PSD, além de outros partidos como Novo, Podemos, PSDB e Solidariedade.
Diante da sobrecarga de pedidos de CPIs na Câmara, a oposição também avalia uma alternativa: a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que incluiria senadores. Neste cenário, os nomes de Coronel Fernanda (PL-MT) e Damares Alves (Republicanos-DF) surgem como líderes do movimento no Congresso.
Desdobramentos e riscos para o governo
O episódio reacende a tensão entre o Executivo e o Legislativo, colocando o governo sob novo teste político. Com a proximidade das eleições municipais e o crescimento da oposição, a CPI do INSS pode se tornar um palco estratégico para embates ideológicos e denúncias mais amplas de má gestão dos recursos públicos.