
Câmara aprova avanço da CPI com apoio da oposição
A oposição na Câmara dos Deputados atingiu as 171 assinaturas necessárias para a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS, que irá investigar um suposto esquema de fraudes contra aposentados e pensionistas. O foco central é apurar descontos indevidos realizados por entidades sindicais diretamente nos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social. A proposta foi liderada pelo deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO), com apoio de outras lideranças oposicionistas.
Operação da PF revelou fraude com assinatura falsificada
A CPI foi impulsionada após a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal e pela CGU, que revelou que pelo menos 11 entidades sindicais estariam envolvidas em um esquema de cobrança irregular de mensalidades associativas. Segundo a investigação, os sindicatos teriam utilizado assinaturas falsificadas para aplicar os descontos sem autorização dos beneficiários. O prejuízo estimado supera a marca de R$ 6,3 bilhões.
INSS suspende descontos e exonera presidente
Em reação ao escândalo, o governo anunciou a suspensão imediata dos descontos sindicais nos benefícios previdenciários. Além disso, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi exonerado do cargo. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, afirmou que desconhecia a dimensão do problema e defendeu a competência técnica do ex-presidente, reconhecendo que a nomeação foi de sua responsabilidade.
Próximos passos no Congresso Nacional
A comissão será formalizada após a leitura do requerimento em plenário. A chamada “CPI do Roubo dos Aposentados” deverá reunir parlamentares para apurar responsabilidades, exigir punições e propor medidas de proteção aos beneficiários da Previdência Social. O episódio ampliou o clima de tensão entre oposição e governo, com deputados cobrando mais transparência e rigor na fiscalização do sistema previdenciário.