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“Não tenho apego ao cargo. Se houver irregularidade, saio”, diz Moro no Senado

Informações GaúchaZH

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Nesta quarta-feira (19), em depoimento no Senado para explicar a troca de mensagens vazadas com o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava-Jato, o ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro admitiu a possibilidade de deixar o posto no governo de Jair Bolsonaro (PSL) caso sejam apontadas irregularidades em sua conduta. Das 9h até às 17h45, Moro prestou esclarecimentos à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

“Eu não tenho nenhum apego pelo cargo em si. Apresente tudo. Vamos submeter isso, então, ao escrutínio público. E, se houver ali irregularidade da minha parte, eu saio. Mas não houve. Por quê? Porque eu sempre agi com base na lei e de maneira imparcial” disse Moro.

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O ministro afirmou que sempre agiu conforme a lei, tratou como naturais conversas entre juízes, promotores e advogados e disse não poder garantir a veracidade dos diálogos divulgados pelo site The Intercept Brasil. Na sessão, travou embates com senadores petistas e afirmou ainda ser alvo de um ataque hacker que mira as instituições e que tem como objetivo anular condenações por corrupção.

“O que posso assegurar é que, na condução dos trabalhos de juiz no âmbito da Operação Lava-Jato, sempre agi conforme a lei” disse o ex-juiz.

A sessão tem sido marcada por embates com senadores da oposição que questionam as ações do ministro diante da força-tarefa da Lava-Jato:

“Estou absolutamente tranquilo em relação à conduta que realizei como juiz. Houve aplicação imparcial da lei em casos graves de corrupção e lavagem de dinheiro.”


Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Críticas ao “sensacionalismo”

Moro se ofereceu para ir à CCJ para esfriar o trabalho de coleta de assinaturas para a criação de uma CPI para investigá-lo. Ao iniciar sua fala, disse não ter nada a esconder, que gostaria de fazer esclarecimentos “em cima do sensacionalismo que tem sido criado” e focou na defesa da Lava-Jato.

“Se falou muito em conluio. Aqui um indicativo de que não houve conluio nenhum — afirmou, ao citar embates com a Procuradoria. — É normal no Brasil esses contatos entre juiz, advogado e Ministério Público ou policiais. O que tem que ser avaliado é o conteúdo destes contatos.” completou. 

Nas conversas publicadas pelo site Intercept, Moro sugere ao Ministério Público Federal (MPF) trocar a ordem de fases da Lava-Jato, cobra a realização de novas operações, dá conselhos e pistas, antecipa ao menos uma decisão judicial e propõe aos procuradores uma ação contra o que chamou de “showzinho” da defesa do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.

Tensão com questionamentos de petistas

O clima de tensão seguiu durante os questionamentos feitos pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), que acusou Moro de sensacionalismo na Lava-Jato. Costa disse não ser possível que o ministro não lembrasse de algumas das conversas e questionou se estava a serviço de algum projeto político.

“Estou absolutamente tranquilo em relação à conduta que realizei como juiz. Houve aplicação imparcial da lei em casos graves de corrupção e lavagem de dinheiro” afirmou.

O ex-juiz disse que a operação atingiu “vários partidos” e que “não teve nenhum projeto político envolvido”. Disse ainda que as acusações de Humberto Costa eram ‘”bastante ofensivas”. 

“Eu vou declinar de responder” reagiu o ministro.

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