
Foco eleitoral define estratégias do Planalto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou os acenos à classe média brasileira, com uma série de medidas e discursos voltados diretamente a esse segmento da população. A movimentação, segundo aliados do Planalto, faz parte de uma estratégia de antecipação da corrida eleitoral de 2026, na qual Lula pretende disputar a reeleição ou apoiar um nome governista com forte apelo popular.
Minha Casa, Minha Vida ganha nova faixa para renda intermediária
A principal medida prática anunciada até agora é a criação da Faixa 4 do programa Minha Casa, Minha Vida. A nova modalidade é voltada para famílias com renda mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, permitindo a compra de imóveis de até R$ 500 mil com juros de 10,5% ao ano e prazos de até 35 anos. A expectativa do governo é beneficiar 120 mil famílias até 2026, com aporte de R$ 30 bilhões oriundos do FGTS e da rede bancária.
Imposto de Renda: isenção e ajuste para altos salários
Outro ponto central da ofensiva é a proposta de isentar do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil mensais, uma promessa antiga que agora ganha forma com o avanço da reforma tributária. Para compensar a renúncia fiscal, o governo estuda tributar rendas acima de R$ 50 mil, em uma tentativa de aumentar a progressividade do sistema sem penalizar os trabalhadores de renda média.
Reaproximação com um eleitorado disputado
A ênfase na classe média também atende a um objetivo político: reconquistar um eleitorado que majoritariamente votou em candidatos da oposição nas últimas eleições. Lula tem adotado um discurso mais direto, com apelos à estabilidade econômica, ao crédito e ao consumo, tentando resgatar o sentimento de ascensão social que marcou os anos anteriores de seu governo.
Caminho até 2026 passa pela percepção econômica
Com inflação sob controle e expectativa de crescimento moderado, o governo acredita que terá condições de apresentar resultados concretos à população de renda intermediária. A aposta é que medidas voltadas ao financiamento da casa própria, alívio tributário e estabilidade fiscal fortaleçam a narrativa de que o governo está “do lado de quem trabalha e paga imposto”.