terça-feira, abril 1, 2025
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Entrevista | “Se for pra defender o povo, eu rompo com quem for”, diz João Rodrigues sobre CASAN e Hospital Regional do Oeste

Prefeito de Chapecó critica duramente a gestão da água e cobra soluções para a crise no atendimento de saúde; líder reafirma prioridade com a população mesmo sob pressão política


João Rodrigues endurece o tom contra o governo estadual ao cobrar soluções urgentes para Chapecó

Em entrevista concedida nesta semana, o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, fez duras críticas à gestão da CASAN e do Hospital Regional do Oeste, cobrando ações imediatas do governo estadual. Em meio a um cenário de crise no abastecimento de água e sobrecarga no sistema de saúde, o prefeito declarou: “Se for pra ver o povo sofrendo, eu não vou lamber bota de ninguém. Eu rompo com quem for necessário.”

A declaração ocorreu após Rodrigues participar de um evento do governo do Estado, onde, segundo ele, houve desconforto entre lideranças políticas quando expôs publicamente o sentimento da população de Chapecó.

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Críticas à CASAN e o projeto Chapecozinho

O prefeito apontou que os investimentos milionários no projeto Chapecozinho foram mal direcionados e já consumiram R$ 250 milhões sem entregar resultados concretos. “Já enterraram 250 milhões e querem gastar mais 250. Isso vai pra meio bilhão. E não saiu nada do chão”, afirmou. Ele defende a interrupção imediata do projeto e a construção de uma nova adutora com captação de água na barragem de Guatambu.

Segundo ele, a ineficiência da CASAN compromete a economia local, especialmente com o uso contínuo de caminhões-pipa por grandes indústrias como a BRF. “Isso é anti-econômico. É inadmissível que em uma cidade com barragem cheia, o povo continue sofrendo com a falta d’água.”


Hospital Regional: “Gestão tem que ser de povo, não só de orçamento”

Outro ponto central da entrevista foi o Hospital Regional do Oeste. João Rodrigues disse estar incomodado com as constantes queixas da população sobre o atendimento no pronto-socorro, especialmente à noite. Ele relatou casos de pacientes internados com dor aguda que recebem alta antes da cirurgia e voltam à fila de espera.

Recebo mensagens todos os dias. A pessoa está internada, melhora um pouco, mandam pra casa. Isso não é gestão eficiente. É falta de respeito com quem sofre.

O prefeito também sugeriu medidas como a implantação de um “corujão de cirurgias”, com operações durante a madrugada. “Se a máquina de colonoscopia está parada à noite, por que não usá-la? Chapecó está pagando exames na rede privada porque o hospital não faz. Isso precisa mudar.


Saúde básica de excelência, mas sobrecarregada

Ao rebater críticas do governador Jorginho Mello sobre a saúde básica, Rodrigues foi direto: “O Ministério da Saúde reconheceu Chapecó como a segunda melhor saúde básica do Brasil entre cidades acima de 100 mil habitantes.” E completou: “Quando um trabalhador se sente mal, ele não sabe se é infarto, AVC ou resfriado. Ele vai buscar atendimento. E não pode ser julgado por isso.


Pressão política e relação com o governador

Durante o evento do governo estadual, Rodrigues relatou que muitos prefeitos receberam pressões para não comparecerem ao pré-lançamento de sua pré-candidatura ao governo de Santa Catarina. Mesmo assim, caravanas de diversas regiões confirmaram presença.

“Quem virá é porque tem coragem. A minha prioridade não é quem está em cima do palanque. É quem está na plateia. É o povo de Chapecó, de Santa Catarina.”

Sobre sua relação com o governador, João foi categórico: “Minha relação com Jorginho é respeitosa. Mas se ele penalizar o prefeito, quem sofre é o povo. E eu fui eleito pra defender o povo, não pra agradar governo.”


Topázio e a política de conveniência

Rodrigues também comentou a postura do prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, presidente da FECAM, que tem aparecido frequentemente ao lado do governador. “Eu respeito o Topázio. Ele é bom de TikTok, bom de rede social. Mas me pareceu um papagaio de pirata. Você perde autoridade quando está a serviço de alguém.”


O recado final

Ao encerrar, João Rodrigues reafirmou que não está na política para fazer concessões em nome de alianças. Disse que seu compromisso é com a cidade e que, “se precisar romper com qualquer estrutura, seja estatal ou partidária, para proteger o povo, vai fazer isso sem pestanejar”.

Chapecó está em pé. E eu não vou colocar a cidade de joelhos por conveniência política. Aqui, o povo vem primeiro.

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