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China e Rússia vetam eleições na Venezuela

*Informações G1

Fracassaram nesta quinta-feira (28) as tentativas de EUA e Rússia de aprovar no Conselho de Segurança da ONU dois projetos de resolução sobre a Venezuela.

Conselho de Segurança da ONU vota resolução sobre a Venezuela nesta quinta (28), em Nova York
Foto: AP/Seth Wenig

O projeto dos Estados Unidos, que propunha iniciar um processo político que levaria o país latino-americano a eleições presidenciais, conseguiu o mínimo necessário de nove votos, forçando Moscou e Pequim a usarem seu poder de veto. A África do Sul também votou contra o texto, enquanto Indonésia, Guiné Equatorial e Costa do Marfim se abstiveram.

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Já a resolução apresentada pela Rússia, que defendia a não interferência nos assuntos internos da Venezuela, foi rejeitada por sete dos membros do conselho, e só conseguiu o apoio de China, África do Sul e Guiné Equatorial.

‘Eleições livres’

O projeto americano dizia que o governo Maduro provocou um “colapso econômico”, que é necessário impedir uma deterioração maior da situação humanitária e pedia a “entrada sem entraves de ajuda” humanitária.

Solicitava ainda a celebração de “eleições livres, justas e confiáveis” na presença de observadores internacionais e descrevia a última eleição de Maduro, em maio passado, como “nem livre, nem justa”.

Também instava a apoiar “a restauração pacífica da democracia e do Estado de direito” na Venezuela e solicitava que o secretário-geral da ONU, António Guterres, negociasse um acordo para celebrar novas eleições neste país.

Proposta russa

Moscou apresentou resolução alternativa que, segundo a agência “Interfax”, defendia que devem ser os próprios venezuelanos os que solucionem a crise em seu país por meio de um processo político pacífico baseado no Mecanismo de Montevidéu, que aposta no diálogo e na negociação e foi ativado com a intermediação de Uruguai, México e Comunidade do Caribe (Caricom).

Além disso, o documento considerava inadmissíveis tanto a ingerência externa na Venezuela como as ameaças do uso da força contra o país. Quanto à ajuda humanitária, a minuta russa destaca que qualquer operação deve ser pactuada de antemão com o governo de Nicolás Maduro.

Segundo a imprensa russa, o ministro de Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, manteve consultas em Genebra sobre a resolução russa com o vice-ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Vershinin.

O assunto também será tratado na sexta-feira pela vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, que se reunirá em Moscou com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.

Esta será a visita de maior categoria à Rússia de um membro do governo de Nicolás Maduro desde que o chefe do parlamento opositor da Venezuela, Juan Guaidó, se autoproclamou em janeiro presidente interino do país.

Lavrov, que está em viagem à China, denunciou ontem as tentativas “descaradas” de criar “pretextos artificiais” para uma intervenção militar na Venezuela, entre outras coisas, usando uma operação humanitária como fachada.

“Não é casual que as autoridades do Brasil, por exemplo, já tenham declarado que não vão participar eles mesmos, nem disponibilizarão seu território aos americanos para uma agressão contra a Venezuela”, comentou Lavrov.

Guaidó negou na terça-feira que Maduro conta com “amplo apoio” do Kremlin em entrevista ao jornal opositor russo “Novaya Gazeta”.

“Não houve nenhum novo crédito nem nenhum grande investimento. Simplesmente, declarações públicas. Não considero isto um amplo apoio”, disse o líder da oposição venezuelana.

Desde um primeiro momento, o presidente russo, Vladimir Putin, apoiou Maduro diante do que chamou de “ingerência destrutiva” dos EUA, e defendeu o diálogo para solucionar a crise.

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