
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS ouve nesta segunda-feira (20), a partir das 16h, dois ex-dirigentes envolvidos em investigações sobre descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas. Os depoimentos são parte das apurações sobre fraudes estimadas em mais de R$ 1,1 bilhão.
Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da associação Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), é apontado pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) como um dos principais operadores do esquema. A entidade teria utilizado convênios com o INSS para aplicar descontos sem autorização de milhares de beneficiários entre 2022 e 2024.
Segundo o senador Fabiano Contarato (PT-ES), relator do pedido de oitiva (REQ 910/2025), há indícios de que a ABCB funcionava como uma fachada para movimentações financeiras ilícitas, aproveitando brechas em acordos de cooperação técnica firmados com o INSS.
Também será ouvida a ex-integrante do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), Tonia Andrea Inocentini Galleti, que deverá explicar por que suas denúncias sobre o tema não avançaram. Segundo os parlamentares, falhas estruturais e omissões podem ter permitido que o esquema prosperasse por anos.
A convocação de Tonia atendeu a cinco requerimentos, incluindo os de senadores Izalci Lucas (PL-DF) e Damares Alves (Republicanos-DF), além de deputados como Adriana Ventura (Novo-SP) e Duarte Jr. (PSB-MA).
Na semana passada, o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto compareceu à comissão, mas se recusou a responder perguntas com base em habeas corpus concedido pelo STF. A reunião foi suspensa após impasse.
As investigações seguem apontando para um uso abusivo de convênios com associações para descontos automáticos em benefícios, sem consentimento dos segurados.