Existem quatro municípios em que se espera um impacto direto do Gaeco na eleição municipal deste ano. Calma, estou me referindo à Operação Fundraising, que prendeu por 30 dias os prefeitos de Ipira, Ipuaçu e Pinhalzinho. Atualmente, Marcelo Baldissera (PL), Cleri Peroza (PT) e Mário Afonso Woitexem (PSDB) seguem impedidos de exercerem os mandatos, pelo entendimento da Justiça de que isso atrapalharia as investigações.
Além disso, não podemos esquecer de Lacerdópolis, onde houve cumprimento de mandado de busca e apreensão na Prefeitura, dentro da mesma operação. A grande dúvida aqui é quanto que a pauta Fundraising será explorada pelas oposições aos atuais prefeitos na campanha eleitoral, e qual vai ser o efeito disso no voto.
Dos nomes citados, apenas Marcelo pode disputar a reeleição, pois os outros dois prefeitos que foram presos se reelegeram em 2020. E Baldissera anunciou que iria à reeleição, mas ainda não registrou a candidatura no sistema do TSE. O que temos 100% definido até agora é o apoio, em Ipuaçu, de Cleri Peroza à candidatura de Nelson Brisola (MDB), para continuidade da situação no poder. A oposição tem como candidato Ladair Tico (PL).
Em Pinhalzinho, o candidato da situação é Alessandro Beltrame (PP). João Rodrigues (PSD) tentou emplacar Roberto Zagonel como cabeça de chapa, mas pode haver um “prêmio de consolação”. Elmo Zanchet, colega de partido, desistiu de ser candidato a vice-prefeito na fórmula de Beltrame ontem (12). Às pressas, o grupo onde o PSDB de Woitexem também está presente, mesmo não mais o chefiando, terá de encontrar uma solução.
Por que pequeno município se complica em época de eleição?
Uma coisa que se tornou cotidiana em eleições municipais são os “rolos” que acontecem em pequenos municípios. Entre favorecimentos, repasses indevidos, compra de votos e direitos de resposta, localidades com 2, 5, 10 mil habitantes possuem campanhas eleitorais conturbadas, com pouco espaço para debate sobre o futuro da comunidade e muito espaço para confusão.
Quem não se lembra da pancadaria que houve nas eleições suplementares de Presidente Castello Branco, em junho de 2022? Ou da compra de votos que cassou os mandatos de prefeito e vice-prefeito de Xavantina, causando o pleito suplementar de maio do ano passado? Pois é. Isso afeta milhares de pessoas, dificultando o desenvolvimento saudável das comunidades.
Agora, a bola da vez é Ipumirim. Conforme o Portal A2, tem candidato acusado de improbidade administrativa, vereadora se livrando de ter que pagar indenização por uma diretora ter vendido indevidamente material de limpeza de uma escola municipal, e o atual prefeito parecendo um freguês do Baú da Felicidade no antigo programa “Tentação”, do SBT: não sabe se vai a reeleição ou não, com o prazo de registro de candidaturas vencendo na quinta-feira (15). Prato cheio para uma campanha conturbada e pouco propositiva.
Recadinhos
A Rádio Som Maior de Criciúma divulgou a primeira pesquisa para a disputa na capital carvoeira. Vamos citar os resultados aplicando o critério de votos válidos e a margem de erro do estudo, que é de 3,9 pontos percentuais.
Conforme os 622 entrevistados entre os dias 9 e 11 de agosto, se as eleições fossem ontem (12), Ricardo Guidi (PL) teria entre 45,2% e 53% dos votos válidos. Vagner Espíndola (PSD) teria entre 27,3% e 35,1%.
Paulo Ferrarezi (MDB) e Arlindo Rocha (PT) empatam em terceiro lugar, na casa dos 7% a 8%, levando em conta o centro da margem de erro. Pesquisa do Instituto de Pesquisa Catarinense (IPC), registrado no TSE com o código SC-07017/2024.
O nível de confiança da pesquisa é de 95%. O cenário mostra uma momentânea vitória do PL, e logo, da principal oposição ao governo de Clésio Salvaro (PSD).
