
O instituto AtlasIntel realizou, entre 20 de novembro e 2 de dezembro, uma pesquisa com 1.659 pessoas, por recrutamento digital aleatório, para medir a temperatura da opinião pública brasileira sobre a liquidação do Banco Master, que se tornou um escândalo político, econômico e jurídico, o qual não está tendo a devida atenção e cobrança por parte da grande mídia. A margem de erro para todos os números apresentados é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Conforme a pesquisa, 97,7% dos brasileiros ouviu falar sobre o escândalo do Master, mas apenas 52,4% afirmaram saber com detalhes do ocorrido. Os fatos do escândalo que os brasileiros mais lembram são as fraudes ou irregularidades financeiras constatadas, com 70,5% das menções; a prisão do dono do banco, Daniel Vorcaro, com 68,7% das menções; e a liquidação do Master pelo Banco Central, com 43,4% das menções. Os problemas envolvendo o Fundo Garantidor de Crédito não chegaram a ter 20% de menções.
Para 85,8% dos brasileiros, o escândalo do Banco Master deve ser considerado algo muito grave. Para 94,1% dos entrevistados, Vorcaro deve continuar preso até que as investigações sobre as supostas fraudes financeiras sejam concluídas. Conforme a pesquisa, 86% dos brasileiros sabem que o ministro Dias Toffoli, do STF, decretou o sigilo das investigações envolvendo Daniel Vorcaro. Para 83% dos entrevistados, o sigilo aumenta o risco de impunidade.
A confiança no sistema bancário brasileiro reduziu com o escândalo do Master: 35,2% dos brasileiros possui uma confiança parcial no sistema, enquanto que 20,2% não confiam de forma alguma. Apenas 19,2% dos entrevistados possuem uma confiança grande no sistema bancário, 17,6% confiam pouco e 7,8% confiam totalmente.
Conforme a pesquisa, 50,9% dos brasileiros consideram os diretores e donos do Banco Master como principais responsáveis pelo escândalo. O Governo Federal leva 17% da culpa, o Banco Central leva 12,5%, o Congresso Nacional leva 5%, e as corretoras que incentivaram os investimentos no Master levaram 2,3% da culpa. Quanto ao conhecimento da existência do Fundo Garantidor de Crédito, 85% dos brasileiros afirmaram que sabem da instituição, mas 38% admitiram não saber como o fundo funciona.
Para 73% dos brasileiros, investir em bancos menores que oferecem rendimento muito elevado é um risco alto. Para 35% dos entrevistados, se uma pessoa investir acima do limite de cobertura do Fundo Garantidor de Crédito, que é de R$ 250 mil, e o valor excedente não for ressarcido, a pessoa deve assumir o prejuízo, pois conhecia o risco. Já para 32% dos entrevistados, a pessoa deveria receber 100% do valor investido, mesmo que seja acima do limite do Fundo.
Conforme a pesquisa, 68% dos brasileiros que afirmaram que o investidor deveria receber, total ou parcialmente, o valor acima do limite coberto pelo Fundo Garantidor de Crédito, defendem que esse valor seja pago pela massa liquidatária do Banco Master. 12% defender que o Governo Federal devia cobrir o prejuízo, 10% defendem que o resto do sistema bancário deveria dividir a fatura, e 9% defendem o uso exclusivo do Fundo Garantidor, sem aportes adicionais.
Recadinhos
- Para 51,7% dos brasileiros, o Banco Central não fiscalizou adequadamente o Banco Master. Para 33% dos entrevistados, o escândalo não vai alterar a forma como investe seu dinheiro. Já para 47,2%, haverá reavaliações.
- A AtlasIntel também entrevistou 1.024 clientes do Banco Master em um questionário separado. Para eles, a culpa do Banco Master no escândalo é de 60%, enquanto que as corretoras ficam com 14%, o Banco Central com 13% e o Governo com 8%.
- Quase todos os clientes (98%) afirmaram saber da existência do Fundo Garantidor de Crédito. O banco captou 90% dos entrevistados por meio de uma corretora, seja via agente autônomo ou plataforma.
- A XP Investimentos foi a corretora que mais captou clientes para o Banco Master, concentrando 58% dos investimentos dos entrevistados. Apenas 3% dos investimentos realizados passam do limite de R$ 250 mil do Fundo Garantidor.






