quarta-feira, dezembro 11, 2024
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Carrefour, o tiro saiu pela culatra!

Confira a coluna do jornalista André de Lazzari

Foto: Jornalista André Lazzari

Um bom exemplo de como os interesses dos europeus podem ser destruídos quando a coisa funciona no Brasil são as graves consequências que o boicote feito pela multinacional Carrefour à carne brasileira acarretou para a rede de varejo no Brasil. Poucos dias depois da sede mundial da empresa na França anunciar que iria parar de vender a nossa carne, foram os produtores brasileiros que decidiram parar de vender para a multinacional. Uma cena digna de novela, perfeita para assistir enquanto se come pipoca e toma guaraná.

Mais de 100 lojas do Carrefour no Brasil estão enfrentando falta de proteínas nos açougues. Essa situação representa cerca de um terço dos mais de 300 hipermercados, supermercados e mercados de bairro da rede no país. Apoiando os protestos de agricultores franceses contra o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, o CEO Global do Carrefour disse que todas as unidades na França não vão mais vender carne vinda dos países sul-americanos. O anúncio foi na quarta-feira (20).

As maiores entidades do agronegócio brasileiro aderiram a um “boicote do boicote”, e querem desabastecer todas as lojas do Carrefour no Brasil, no ano em que a produção de carne bovina deve bater recorde. Apenas o gado de corte deve gerar mais de 10 milhões de toneladas de carne bovina, um aumento de 7% na comparação com o ano passado.

- Continua após o anúncio -

Entre exportação e consumo interno, o Brasil é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo. Já na França, o Carrefour é a 2ª maior rede de mercados do país europeu, com mais de 5.800 lojas. Conforme a newsletter The News, o Brasil é responsável por 27% das importações de carne bovina da União Europeia, enquanto o Mercosul responde por 55%. No mundo, o Brasil é líder em exportação. E depois de tanto desmatamento na Europa, vem uma multinacional querer dar uma de protecionista? Uma dura lição para o Carrefour.

Nada estabilizado no Reino Unido

Após quatro meses de uma vitória histórica do Partido Trabalhista do Reino Unido, mais de 1,7 milhão de britânicos fizeram um abaixo-assinado para pedir novas eleições. Como qualquer campanha desse tipo precisa ser analisada pelo parlamento britânico assim que atinge 100 mil assinaturas, agora cabe aos membros do Legislativo decidirem se convocam uma nova eleição ou não. Mesmo detendo a maioria dos assentos no Parlamento, o Partido Trabalhista, de esquerda, pode concordar com uma nova disputa para escapar da pressão.

Pense que, com o atual clima de insatisfação geral, o premiê Keir Starmer pode achar melhor jogar a decisão final para os eleitores, em vez de continuar governando com um clima de desconfiança. Conforme a newsletter The News, a promessa do governo trabalhista de reformar a economia fracassou por causa da incerteza europeia na política, a desvalorização da libra esterlina e uma forte queda na Bolsa de Valores de Londres.

Recadinhos

  • Yamandú Orsi foi eleito presidente do Uruguai ontem (24), em segundo turno. A coalizão de centro-direita, que pôs fim a uma sequência de 15 anos do governo de esquerda da Frente Ampla, não conseguiu se manter no poder.
  • O maior partido do Uruguai volta a governar o país a partir de 1º de março do ano que vem, por um período de cinco anos, e com Yamandú sem ter o direito à reeleição.
  • Orsi fez 49,8% dos votos, contra 45,8% de Álvaro Delgado, do Partido Nacional. Ainda faltam contar cerca de 35 mil votos observados, correspondentes a pessoas que trabalharam nas eleições e não puderam votar nas urnas onde estão inscritos.
  • A participação foi de quase 90% do eleitorado uruguaio, que é um pouco menos da metade do eleitorado catarinense, por exemplo. Entretanto, o exemplo de civismo novamente expresso pelos charruas é digno de um país gigante.
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