Uma intervenção decisiva nos bastidores
O recente cessar-fogo entre Israel e Hamas, que encerrou 15 meses de conflito devastador, teve um protagonista inesperado: Donald Trump. Mesmo antes de sua posse oficial, o presidente eleito dos Estados Unidos exerceu influência direta sobre as negociações, pressionando líderes e moldando o caminho para a paz.
Sob mediação de países como Catar, Estados Unidos e Egito, o acordo foi fechado em fases bem definidas, prometendo libertação de reféns, trocas de prisioneiros e reconstrução da Faixa de Gaza. Porém, o que inicialmente parecia um avanço tradicional da diplomacia internacional tomou uma guinada quando Trump entrou em cena.
Uma abordagem direta e ameaças públicas
Trump não poupou palavras ao intervir. Declarações como “haverá consequências severas” se os reféns não fossem libertados antes de sua posse deixaram claro o tom de sua abordagem. Esse tipo de pressão foi vista como um ponto de ruptura, especialmente para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que enfrentava intensas críticas internas.
Além das palavras fortes, Trump designou Steve Witkoff, seu enviado especial para o Oriente Médio, para atuar como mediador direto. Witkoff se reuniu com Netanyahu e líderes internacionais, pressionando para que os termos fossem aceitos rapidamente. Essas ações foram fundamentais para destravar os impasses.
O papel do Hamas e a aceleração das negociações
Do outro lado, líderes do Hamas reconheceram a influência do novo presidente. Eles admitiram que a perspectiva de negociações sob a administração de Trump, conhecida por sua imprevisibilidade e linha dura, foi um incentivo para aceitar os termos propostos ainda sob o governo Biden. Para o grupo militante, a alternativa seria lidar com uma abordagem mais rígida no futuro.
Os passos do cessar-fogo
O acordo foi estruturado em três fases principais:
- Libertação de reféns e troca de prisioneiros: Na primeira etapa, o Hamas se comprometeu a libertar 33 reféns israelenses, incluindo mulheres, crianças e idosos. Em troca, Israel libertará centenas de prisioneiros palestinos, muitos dos quais serão exilados para Gaza ou outras regiões.
- Retirada de tropas e ajuda humanitária: As forças israelenses começaram a se retirar de áreas densamente povoadas, enquanto cerca de 600 caminhões diários de ajuda humanitária passaram a entrar em Gaza, aliviando a crise humanitária.
- Reconstrução e entrega de corpos: Com supervisão internacional, está prevista a reconstrução da Faixa de Gaza, um processo que pode levar décadas se o bloqueio atual persistir. O Hamas também entregará os corpos de reféns israelenses mortos.
Reações e impacto na política internacional
Analistas apontam que a postura de Trump foi um divisor de águas nas negociações. Enquanto algumas críticas surgiram sobre sua abordagem agressiva, líderes globais concordam que sua entrada no processo acelerou o cessar-fogo e evitou mais meses de devastação.
Essa intervenção define não apenas o tom de sua futura política externa, mas também estabelece uma nova dinâmica no Oriente Médio. Para Israel, Hamas e a comunidade internacional, a marca de Trump no acordo representa um momento decisivo e um teste para a estabilidade da região nos próximos anos.