
Um sobrevivente da queda do voo AI171 da Air India, operado por um Boeing 787-8 Dreamliner, relatou ter ouvido um barulho alto logo após a decolagem, antes da aeronave perder altitude e cair nas proximidades do aeroporto em Ahmedabad, Índia. O acidente, ocorrido nesta terça-feira, deixou ao menos 240 mortos e causou incêndio na área do impacto.
Vishwash Kumar Ramesh, britânico de 40 anos e uma das poucas pessoas que sobreviveram ao desastre na Índia, está internado no Hospital Civil de Asarwa, em Ahmedabad. Ele contou ao jornal Hindustan Times que acordou cercado por destroços e corpos, entrou em pânico e conseguiu escapar com vida. “Havia destroços espalhados e alguém me colocou em uma ambulância para o hospital”, afirmou.
O voo, que partiu da Índia com 242 pessoas a bordo, incluindo passageiros de várias nacionalidades — a maioria indianos e britânicos —, caiu logo após decolar, atingindo três prédios próximos ao terminal. A queda do Boeing 787-8 Dreamliner, um dos modelos mais modernos da frota da Air India, é o primeiro acidente fatal envolvendo essa aeronave desde sua entrada em operação comercial, em 2011.
Vishwash viajava com seu irmão, Ajay Kumar Ramesh, que estava sentado em outra fileira, mas até o momento não foi localizado. Emocionado, o sobrevivente pediu ajuda para encontrá-lo. Autoridades indianas confirmaram que pelo menos um passageiro sobreviveu ao desastre.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, classificou as imagens do acidente na Índia como “devastadoras” e expressou solidariedade às famílias das vítimas. O rei Charles III e a rainha Camilla também manifestaram choque e prestaram homenagens aos serviços de emergência que atuam no local.
Investigações preliminares apontam que o Boeing 787-8 subiu apenas cerca de 190 metros antes de iniciar uma descida abrupta. A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) já havia aberto investigação em abril de 2024 sobre possíveis problemas na fuselagem do modelo, após denúncias de falhas na fixação de partes da aeronave.
A Boeing, que enfrenta processos judiciais por acidentes anteriores com o modelo 737 Max, informou que está reunindo informações sobre o incidente na Índia e colaborará com as autoridades locais.