Trump ameaça tarifas contra países que praticam “lawfare”
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, está avaliando impor tarifas comerciais contra o Brasil e outros países que, segundo ele, utilizam o sistema judicial para perseguir adversários políticos, prática conhecida como lawfare. A decisão foi levantada após o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro ser impedido de participar da posse de Trump, marcada para 20 de janeiro de 2025, em Washington.
Bolsonaro teve seu passaporte apreendido em fevereiro de 2024, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que investiga acusações de supostos planos de golpe de Estado. Bolsonaro nega as acusações, classificando-as como “perseguição implacável”.
Tensões entre Brasil e EUA ganham novos capítulos
A relação entre Brasil e Estados Unidos pode se deteriorar ainda mais com a possível adoção de tarifas comerciais punitivas. Trump, que se considera vítima de perseguição judicial nos Estados Unidos, traça paralelos entre sua situação e a de Bolsonaro. Fontes próximas ao republicano indicam que ele pretende usar medidas protecionistas como forma de pressionar governos que supostamente utilizam o sistema judicial para enfraquecer opositores políticos.
A indefinição sobre a liberação de Bolsonaro para comparecer à posse de Trump também ilustra as crescentes dificuldades diplomáticas entre os governos de Lula e a futura administração americana.
O impacto da moeda do BRICS nas ameaças tarifárias
Trump já havia ameaçado impor tarifas de 100% sobre produtos de países do BRICS, incluindo o Brasil, caso avancem na criação de uma moeda própria para substituir o dólar em transações internacionais. O Brasil, que assumiu a presidência do BRICS em janeiro de 2025, declarou sua intenção de liderar esse movimento, aumentando as tensões com os Estados Unidos.
Repercussões econômicas para o Brasil
A adoção de tarifas comerciais pelos Estados Unidos pode representar um duro golpe para a economia brasileira, especialmente para as exportações de produtos manufaturados. Especialistas alertam que a estratégia protecionista de Trump busca favorecer a indústria americana e gerar empregos nos Estados Unidos, mas pode intensificar o déficit comercial do Brasil.
“Essas tarifas são mais do que medidas econômicas; são ferramentas políticas que podem desestabilizar relações comerciais”, afirmam analistas.
O cenário político e econômico internacional em xeque
As ameaças de Trump não apenas agravam as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, mas também reforçam o papel da política protecionista no cenário global. À medida que o Brasil lidera iniciativas dentro do BRICS e busca alternativas ao dólar, a postura americana sinaliza um aumento das tensões no comércio internacional.