A Rússia disse nesta terça-feira (12) que está pronta para facilitar o início de um diálogo entre o regime de Nicolás Maduro na Venezuela e a oposição liderada por Juan Guaidó. Entretanto, o governo russo advertiu os Estados Unidos contra intervenções em assuntos internos de Caracas.

Foto: Federico Parra / AFP
O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse ao secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, que Washington deve evitar qualquer interferência, incluindo militar, em assuntos internos da Venezuela.
Lavrov também disse que a Rússia está pronta para consultas sobre a situação da Venezuela de acordo com o estatuto da Organização das Nações Unidas (ONU).

A Rússia tem apoiado Nicolás Maduro em meio ao impasse com o líder da oposição, Juan Guaidó, declarado presidente interino da Venezuela em janeiro.
O regime chavista mantém o controle de instituições estatais, incluindo as Forças Armadas, mas a maior parte dos países do Ocidente, incluindo os Estados Unidos, reconhecem Guaidó como presidente da Venezuela.
“Temos mantido contatos muito importantes com o governo deste país e estamos prontos para prover um serviço generoso para facilitar o processo de encontro de saídas para a situação”, disse o vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, segundo a agência de notícias Tass.
Ryabkov também disse que a Rússia apresentou algumas propostas à Venezuela sobre como solucionar a crise, mas não forneceu detalhes.
Moscou tem investido bilhões de dólares na economia e na produção de petróleo da Venezuela. Além disso, em dezembro, bombardeios russos passaram quase uma semana em território venezuelano, dias depois de um encontro em Maduro e Vladimir Putin na capital da Rússia.
Novos protestos
Partidários da oposição liderada por Guaidó voltaram às ruas da Venezuela nesta terça-feira para manter a pressão contra Maduro e exigir que ele permita a entrada de auxílio humanitário no país, onde a escassez de alimentos e medicamentos é generalizada.
Guaidó disse que os mantimentos chegarão ao país até 23 de fevereiro. Parte da ajuda humanitária está bloqueada na fronteira da Colômbia com a Venezuela, onde apoiadores de Maduro fecharam a ponte entre os dois países.
