Tarde de turismo se transforma em tragédia
O que era para ser um passeio em meio às paisagens montanhosas de Pahalgam, na região da Caxemira indiana, terminou em um dos ataques mais brutais das últimas décadas. Pelo menos 26 turistas foram mortos e 17 ficaram feridos após homens armados, trajando uniformes militares, abrirem fogo contra civis no vale de Baisaran, na tarde de 22 de abril.
Os visitantes, muitos aproveitando o clima ameno após dias de chuva, foram pegos de surpresa enquanto caminhavam por trilhas naturais próximas ao destino religioso Amarnath Yatra. O ataque gerou cenas de desespero e correria, interrompendo a tranquilidade de um dos pontos mais visitados da região.
Grupo militante assume a autoria
O atentado foi reivindicado pelo grupo radical Kashmir Resistance, que se opõe à política indiana de mudanças demográficas na região após a revogação do status especial da Caxemira, em 2019. Testemunhas relataram que os agressores exigiam que as vítimas recitassem versos do Alcorão e verificavam sinais de circuncisão, numa tentativa de distinguir hindus de muçulmanos — sugerindo um massacre com motivação religiosa.
Governo reage com firmeza
Diante da repercussão internacional, o primeiro-ministro Narendra Modi interrompeu compromissos no exterior para retornar ao país e liderar pessoalmente a resposta à tragédia. O ministro do Interior, Amit Shah, esteve no local e afirmou que “os responsáveis serão caçados e punidos”. Forças de segurança montaram bloqueios e iniciaram operações de busca em áreas florestais, tentando localizar os autores do atentado. O episódio reacendeu o temor de novos conflitos armados em uma região marcada por décadas de instabilidade.
Impacto no turismo e comoção global
O ataque provocou cancelamentos em massa de reservas, deixando hotéis e operadores turísticos em estado de alerta. Turistas foram evacuados sob forte escolta, e muitos afirmaram não ter condições emocionais de permanecer na região. Líderes mundiais — incluindo autoridades dos Estados Unidos, França, Itália e Emirados Árabes — condenaram a violência e expressaram solidariedade ao povo indiano. O atentado também gerou comoção nas redes sociais, com milhões de mensagens de apoio às vítimas e críticas ao aumento das tensões na Caxemira.
Uma ferida aberta no coração da Caxemira
A tragédia em Pahalgam é mais um capítulo doloroso da longa história de conflitos étnico-religiosos na Caxemira. A população local, dividida entre a esperança de paz e o medo constante de novos ataques, vive agora um luto coletivo — e a expectativa por respostas que tragam justiça e segurança duradoura
