Abraão, patriarca do povo judeu, viveu por volta de 1800 a.C. Ele nasceu em Ur, uma cidade no sul da Babilônia, onde hoje é o Iraque (Gênesis, capítulos 12 a 25).
Abraão teve um filho de nome Ismael com Hagar, de origem egípcia, que era escrava de Sara, sua mulher (Gênesis, capítulo 16, versículo 3). Sara, mulher de Abraão, ficou com ciúmes de Hagar e a mandou para o deserto (Gênesis, capítulo 16, versículos 5-6). Quando Hagar estava no deserto, apareceu um anjo que perguntou o que ela fazia. Ela respondeu que fugia de sua senhora, Sara. O anjo mandou-a voltar e se humilhar, e disse que ela daria à luz um filho chamado Ismael, que seria como um jumento selvagem entre os homens. Sua mão seria contra todos, e a mão de todos contra ele, e ele habitará em oposição a seus irmãos (capítulo 16, versículos 10-12).
Abraão teve outro filho com Sara de nome Isaque, pai de Jacó, que teve doze filhos, originando as doze tribos de Israel. Após o falecimento de Sara, Abraão teve mais seis filhos com Quetura.
Deus apareceu a Isaque e disse: “Habita na terra que eu te disser, e serei contigo e te abençoarei. Porque a ti e à tua descendência darei todas estas terras e confirmarei o juramento que fiz a Abraão, teu pai” (Gênesis 26, versículos 2-3).
Como mencionado, Jacó, filho de Isaque, teve 12 filhos. Entre eles, José, também conhecido como José do Egito, era o décimo primeiro (Gênesis 36). Sendo o filho preferido de Jacó, atraiu o ódio dos irmãos, que o venderam como escravo para o Egito.
Após 400 anos de escravidão, os israelitas foram libertados por Moisés quando o reino de Ramsés II sofreu as dez pragas, por volta do ano 1.700 a.C.
Moisés conduziu o povo à terra de Canaã, prometida a Abraão, Isaque e Jacó, embora tenha morrido antes de chegarem.
Ao chegarem em Canaã, encontraram a terra povoada pelos cananeus e filisteus (palestinos), os povos originários de Canaã. Os judeus conviveram com os palestinos por cerca de 1.430 anos. Jesus nasceu em Belém, que fica na Cisjordânia, território palestino. Portanto, Jesus era um palestino de origem judia.
No ano 70 d.C., a cidade de Jerusalém foi sitiada pelo exército romano, culminando em uma diáspora judaica. Os judeus foram proibidos pelo imperador romano Adriano de retornar à Palestina. Em decorrência, emigraram para países dos continentes africano, asiático e europeu. A diáspora durou dezenove séculos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, milhões de judeus foram mortos em campos de concentração nazistas entre 1942 e 1945. Estes eventos reforçaram a necessidade de estabelecer um Estado judeu, o que foi feito pela ONU no Plano de Partilha da Palestina em 1947.
A criação do Estado de Israel foi oficializada em 14 de maio de 1948, dividindo o território da Palestina em duas nações: Israel e Palestina. O plano de partilha, aprovado pela ONU por meio da Resolução 181/48, previa 55% do território para os judeus e 45% para os palestinos. Contudo, esta resolução foi rejeitada pela Liga dos Estados Árabes. Por isso, após a proclamação do Estado de Israel em 14 de maio de 1948, ele foi atacado por Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano (1ª guerra árabe-israelense). Os árabes foram derrotados, e Israel passou a controlar 75% do território palestino. Apesar de militarmente vitoriosos em 1956, os israelenses se retiraram da Faixa de Gaza e parte da península do Sinai.
Após, houve muitas guerras: em 1967 (Guerra dos Seis Dias), 1970 (Setembro Negro), 1973 (Guerra do Yom Kippur), 1982 (Israel invade o Líbano), 1987 (Revolta em Gaza), e em 2000 começou uma nova Intifada nos territórios ocupados. Mais recentemente, houve outra guerra devido a um ataque em 7 de outubro do presente ano pelo grupo Hamas, resultando na morte de cerca de 1.400 civis israelenses.
Não se pode esquecer que, com a criação do Estado de Israel, muitos palestinos foram forçados a abandonar suas casas, propriedades e vidas estabelecidas por gerações. A expulsão foi realizada por tropas israelenses que alegaram a necessidade de espaço para o novo estado judeu. Atualmente, cerca de três milhões de refugiados palestinos que habitavam nas terras ocupadas por Israel encontram-se em campos de refugiados no mundo árabe, especialmente no Líbano, em situação precária.
Árabes e judeus têm um ancestral comum: Abraão. A rivalidade entre árabes e judeus é baseada principalmente em diferenças religiosas, territoriais e históricas, e não genéticas. Além disso, há a existência de facções extremistas de ambos os lados. Portanto, os desafios para uma paz duradoura são inúmeros.
Como bem destacou a ex-primeira-ministra de Israel, Golda Meir: “Se os palestinos baixarem as armas, haverá paz.