Com os mesmos pilares que geraram nos anos 70, nos Estados Unidos, o movimento político denominado “Maioria Moral” (Moral Majority), 50 anos depois o Brasil experimenta a consolidação de uma direita cristã com uma pauta contra o aborto, contra a ideologia de gênero, (menino veste azul e menina veste rosa) e a defesa da família.
As candidaturas cristãs de direita mobilizaram amplamente a pauta moral. Um olhar preliminar para levantar parlamentares com identidade religiosa cristã, eleitos para a Câmara Federal, mostra o predomínio desta nova direita. Dos cerca de 71% dos eleitos manifestaram em campanha a identidade religiosa cristã.
Este quadro se soma à expressiva quantidade de votos que Jair Bolsonaro alcançou no segundo turno para a Presidência. Isto indica a importância do discurso da direita cristã sobre a política. Mais do que votos, a direita cristã conquistou espaço político.
O Brasil sempre foi marcado por uma pluralidade religiosa, porém agora tem evidenciado a força de uma direita cristã, que tem ao redor de si uma articulação ultraconservadora. O novo governo precisa aprender a conviver com a nova realidade e aprender com ela para construir pontes em defesa da democracia.