O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou na noite deste sábado (21) que os bombardeios contra instalações nucleares no Irã foram um “sucesso militar espetacular”. Em um discurso transmitido poucas horas após a operação, o republicano afirmou que a ação teve como objetivo enfraquecer a capacidade nuclear iraniana e alertou que novas ofensivas poderão ocorrer, caso Teerã não recue.
“Ou haverá paz, ou haverá tragédia para o Irã”, afirmou Trump, ao destacar que ainda existem diversos alvos prontos para serem atingidos com rapidez e precisão. “A maioria deles pode ser eliminada em minutos”, completou.
Três alvos nucleares
Segundo o presidente, os Estados Unidos atingiram três complexos ligados ao programa nuclear iraniano: Fordow, Natanz e Esfahan. Ele afirmou que todos os aviões envolvidos retornaram em segurança após lançarem “uma carga completa de bombas” nos locais.
Trump justificou a operação como uma resposta à ameaça representada pelo regime iraniano, acusando o país de financiar grupos terroristas e promover ataques contra forças americanas. “Por quatro décadas, o Irã grita ‘morte à América’, enquanto espalha ódio e violência pelo oriente Médio”, disse.
Aliança com Israel
Durante o discurso, o presidente norte-americano fez elogios ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a quem chamou de parceiro estratégico. Ele destacou a cooperação entre os dois países na operação militar. “Trabalhamos em sintonia como poucas vezes se viu”, afirmou.
A ofensiva acontece após semanas de tensão crescente no Oriente Médio. O próprio Trump havia dito anteriormente que sua participação no conflito dependeria de ataques diretos contra Israel, mantendo uma posição mais defensiva até então.
Reações internas e externas
O ataque provocou reações imediatas dentro dos Estados Unidos. Parlamentares democratas acusaram Trump de agir sem consultar o Congresso, levantando preocupações sobre a legalidade da ação militar.
A operação também gerou divisões entre os apoiadores do presidente. Parte da base conservadora critica o envolvimento direto em mais um conflito no Oriente Médio, contrariando a promessa de campanha de reduzir a presença militar americana no exterior. Por outro lado, setores mais tradicionais do Partido Republicano apoiam a medida como um passo necessário diante das ameaças.
Escalada da crise
O confronto entre Irã e Israel iniciou há nove dias, quando Israel lançou um ataque surpresa alegando que Teerã estaria próximo de obter uma arma nuclear. O governo iraniano nega as acusações e afirma que seu programa tem fins pacíficos.
Embora a Agência Internacional de Energia Atômica tenha apontado falhas de conformidade por parte do Irã, o órgão afirma não haver provas concretas da construção de armamentos nucleares. Teerã acusa as potências ocidentais de manipular as investigações por interesses políticos.
Com a ofensiva norte-americana, cresce o temor de uma resposta militar iraniana. Diversas embaixadas dos EUA na região já operam com pessoal reduzido, diante do risco de ataques de retaliação.