Na manhã desta segunda-feira (23), forças israelenses lançaram um grande ataque contra alvos do Hezbollah no Líbano, grupo aliado do Hamas que vem disparando foguetes contra o território de Israel. O Ministério da Saúde libanês informou que ao menos 274 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas nos bombardeios.
Entre as vítimas estão 21 crianças, 39 mulheres e dois médicos, conforme comunicado do órgão. Israel afirmou ter atingido 300 alvos em todo o Líbano. Horas antes, autoridades israelenses emitiram um pronunciamento e enviaram mensagens de texto aos moradores de Beirute e regiões próximas, pedindo que deixassem suas casas. O ataque causou graves danos à infraestrutura civil. Escolas fecharam por dois dias nas áreas afetadas, e há relatos de residências atingidas por mísseis em diversas cidades.
O grupo respondeu com o lançamento de foguetes, atingindo duas posições militares israelenses e instalações da indústria militar Rafael, ao norte de Haifa, segundo um comunicado do Hezbollah.
Esse foi o primeiro ataque planejado por Israel, segundo a RFI. O Exército israelense informou que os ataques continuarão “no futuro próximo” e serão “maiores e mais precisos”. A mídia libanesa classifica esses bombardeios como os mais intensos desde a Segunda Guerra do Líbano, em 2006.
A estratégia de Israel é exibir força militar, buscando mudar a posição do Hezbollah, que prometeu continuar os ataques enquanto não houver um cessar-fogo em Gaza. Outro objetivo é retomar o controle do norte de Israel, de onde milhares de israelenses fugiram após o início dos ataques do Hezbollah em 8 de outubro.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, declarou que Israel está executando um “plano de destruição” contra o país, acusando-o de uma “guerra de extermínio”. Ele apelou à ONU e a “países influentes” para conter a agressão.
No fim de semana, Israel e Hezbollah trocaram ataques que resultaram na morte de pelo menos 45 pessoas no Líbano. Em resposta, o Hezbollah lançou um míssil contra uma área residencial em Kiryat Bialik, Israel.
No sul do Líbano, moradores receberam ligações instruindo-os a se manterem a mil metros de distância de qualquer posto do Hezbollah, segundo um repórter da Reuters que recebeu a ligação. O Exército israelense anunciou que ataques contra casas onde o Hezbollah escondia armas eram iminentes.
Autoridades libanesas disseram que as ligações faziam parte de uma “guerra psicológica” para causar caos e desespero, com mais de 80 mil tentativas de chamadas de evacuação, supostamente originadas de Israel, segundo Imad Kreidieh, chefe da operadora Ogero.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, afirmou que Israel está determinado a garantir a segurança da população no norte do país e não tolerará ataques. O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, Herzi Halevi, declarou que Israel tem capacidade de atingir qualquer um que ameace seus cidadãos, enviando uma mensagem direta ao Hezbollah e ao Oriente Médio.
Fonte: AFP